Colombina Clandestina (2017) é um bloco de carnaval organizado por migrantes brasileiros, em Lisboa, e considerado o maior bloco desta cidade e o maior Carnaval de Bloco de Rua fora do Brasil.[1][2][3] Este bloco tem ainda um cariz político e activista, nomeadamente no que respeita às questões sociais como sejam o diálogo com as minorias, os direitos das comunidades migrantes, da comunidade LGBTQI+ e das mulheres, a multiculturalidade, o direito ao espaço público e o combate à gentrificação.[3][4][5]
Este bloco organiza, em Lisboa, o cortejo de Carnaval e, indicavam dados de 2022, era constituído por uma orquestra de cerca de 50 integrantes liderada por um abre-alas com dez bailarinas e bailarinos.[4]
Nas semanas prévias ao dia do cortejo são organizados, em diferentes locais da cidade, como os bairros de Alfama ou o do Areeiro, ensaios abertos onde se treinam as músicas e coreografias a apresentar no dia do desfile, que ocorre no sábado antes da terça-feira de Carnaval.[4]
São diversas as parcerias que este colectivo estabelece com a sociedade civil, como são exemplo a parceria com a Associação do Património e da População de Alfama (APPA) ou o coletivo A Avó Veio Trabalhar, que permitiu, em 2024, a participação de quatro mulheres seniores no cortejo deste bloco.[1][4]
2023 - Do Largo da Igreja da Penha de França até ao Largo da Graça. Neste cortejo participaram cerca de 20 mil pessoas.
2024 - Sob o tema “A Cor é Rosa” o cortejo iniciou no Mercado de Sapadores (Penha de França), passou pelo Bairro da Graça e terminou no Mercado de Santa Clara (Feira da Ladra, na freguesia de São Vicente)
Em 2022 e 2023, e após o cortejo, foi ainda realizada uma festa de Carnaval, na Voz do Operário.[4][5]
Questões Burocráticas
Este bloco, bem como outros blocos de Carnaval que existem na cidade de Lisboa têm, desde 2020, sofrido diversos constrangimentos burocráticos por parte do Município de Lisboa, de algumas Juntas de Freguesia da cidade e da Polícia de Segurança Pública. Estas questões burocráticas assentam sobretudo em questões relacionadas com a atribuição de licenças e autorizações para os cortejos, restrições de percursos, os valores financeiros exigidos pelas autoridades para garantir a realização do desfile, despesas com a instalação de casas de banho ou exigência de seguros de responsabilidade civil. Estes constrangimentos ocorrem porque estas instituições públicas deixaram de caracterizar estes cortejos como manifestações culturais e políticas e passaram a considerá-los como eventos comerciais.[3][4][11][12][13][14]
Reconhecimentos
2021 - o colectivo foi um dos dez programas aprovados, em Portugal, pela Santa Casa de Misericórdia de Lisboa para integrar o projeto de aceleração de startups do hub criativo da instituição.[4][15]
2022 - participou nas comemorações do bicentenário da independência do Brasil, organizadas nos jardins da residência oficial do primeiro ministro de Portugal.[16]
2023 - o cortejo da Colombina Clandestina foi incluído no calendário turístico oficial da cidade de Lisboa.[7]