O Colégio Estadual Júlio de Castilhos, também chamado de Julinho, é uma escolapública localizada na cidade brasileira de Porto Alegre, no estado do Rio Grande do Sul. É um dos mais tradicionais colégios da cidade, tendo sido uma das melhores escolas porto-alegrenses, até por volta de 1985, quando o seu ensino passou a decair. Até 1985, tinha no seu quadro de professores muitos intelectuais da cidade, passando por seus bancos escolares muitas personalidades do estado e do país.
Por sua tradição, o Julinho já foi mencionado em algumas letras de canções sobre a cidade. Também, foi na instituição que surgiu o primeiro Movimento Tradicionalista Gaúcho.
História
Foi fundado em 23 de março de 1900 por João José Pereira Parobé, um dos fundadores e então diretor da Escola de Engenharia do RS, com o nome de Gymnasio do Rio Grande do Sul. Em 1905 passou a ser designado Instituto Gymnasial do Rio Grande do Sul. Em 1908 a Escola de Engenharia, prestando homenagem ao políticogaúchoJúlio de Castilhos, falecido em 1903, denominou-o Instituto Gymnasial Júlio de Castilhos[1].
Funcionava anexo à Escola de Engenharia, curso então independente e precursor da UFRGS, até que em 1911, com projeto do engenheiro Manoel Barbosa Assumpção Itaqui, sua imponente sede foi inaugurada. É muitas vezes referida como de estilo renascentista alemão[2][3], embora o estilo do projetista tenha sido de tendência eclética, da arquitetura européia da época, com influências dominantes de Art nouveau e Art déco[4].
Com o regulamento expedido pela Escola de Engenharia em 24 de março de 1923 passou a nomear-se Instituto Júlio de Castilhos. Em 1942 transformou-se em Colégio Estadual Júlio de Castilhos, sendo ministradas as disciplinas do curso ginasial e dos cursos clássico e científico. Em 1943 foram constituídas as primeiras turmas femininas e foi criado o Grêmio Estudantil Júlio de Castilhos. Em 1947 formou-se o Centro de Professores Júlio de Castilhos[1].
Na década de 1930, a escola quase foi privatizada por um decreto do governo do Estado, o qual pretendia deixar todo o ensino secundário nas mãos de escolas particulares[5].
Em 17 de novembro de 1951[6] o prédio original foi completamente destruído por incêndio de causas desconhecidas[1], com suspeitas de ato criminoso[7]. Com o vento forte, as chamas se alastraram rapidamente e, mesmo com quatro carros e cerca de 50 bombeiros, não foi possível controlar o fogo. Os bombeiros, porém, conseguiram evitar que os prédios vizinhos fossem atingidos.[8]
Em 29 de junho de 1958 o novo e atual prédio, em estilo moderno da época, foi entregue à comunidade, localizando-se na Avenida Piratini, no bairro Santana, na adjacência do bairro Azenha, acelerando a urbanização da região. Durante o intervalo a escola funcionou no prédio do Arquivo Público do Estado do Rio Grande do Sul[9].
Originou, em 1943, o primeiro Centro de Tradições Gaúchas (CTG)[12] e em 1979, o primeiro grupo de ecologia ligado a uma escola do Rio Grande do Sul, chamado Kaa-Eté (mata virgem, em guarani). Atualmente, o Júlio de Castilhos é a maior instituição de ensino do estado, com cerca de 3600 alunos matriculados, bem como uma das mais antigas.