O clima glacial ou clima de calota de gelo é um tipo de clima polar onde a temperatura média mensal não excede 0°C.[1] O clima abrange áreas dentro ou próximas das altas latitudes (65º de latitude) e regiões polares (de 70 a 90 de latitude norte e sul), como Antártida e Groenlândia, que possuem vastos desertos de neve e gelo. Nos meses mais frios, a maioria dos climas glaciais tem temperaturas médias entre −30 °C e −55 °C.[1][2] O clima glacial é normalmente coberto por uma camada permanente de gelo e não possui vegetação. A vida animal é limitada na maioria dos climas glaciais, geralmente encontradas perto das margens oceânicas. Embora esse tipo de clima seja inóspito para a vida humana, existem algumas pequenas estações de pesquisa espalhadas na Antártida e no interior da Groenlândia.
Descrição
Sob a classificação climática de Köppen, o clima glacial é designado por (EF). As regiões de calotas polares são definidas como por um clima sem meses acima de 0 °C.[1] Essas áreas são encontradas ao redor dos polos norte e sul e no topo de muitas montanhas altas. Como a temperatura nunca excede o ponto de derretimento do gelo, qualquer neve ou gelo acumulado continua lá permanentemente, com o tempo, formando uma grande camada de gelo.[1]
O clima glacial é diferente do clima de tundra (ET). O clima de tundra tem uma estação de verão com temperaturas acima de zero por vários meses. Este verão é suficiente para derreter a cobertura de gelo do inverno, o que impede a formação de mantas de gelo. Por esse motivo, as tundras têm vegetação, enquanto as calotas polares não.
O clima glacial é o tipo climático mais frio do mundo e inclui os locais mais frios da Terra. Com uma temperatura média de −55,2 °C, a Estação Vostok, na Antártida é o lugar mais frio do mundo, e também registrou a temperatura mais baixa, −89,2 °C.[3]
As temperaturas constantes de congelamento causam a formação de grandes camadas de gelo em climas glaciais.[4] Essas camadas de gelo, no entanto, não são estáticas, mas se movem lentamente dos continentes para as águas circundantes. A nova acumulação de neve e gelo substitui o gelo perdido. A precipitação é quase inexistente nos glaciais. Nunca é quente o suficiente para chover e geralmente é muito frio para gerar neve. No entanto, o vento pode soprar neve sobre as camadas de gelo das regiões de tundras próximas.[4]
As camadas de gelo costumam ter quilômetros de espessura. Grande parte da terra localizada sob as camadas de gelo está realmente abaixo do nível do mar e estaria sob o oceano se o gelo fosse removido. No entanto, é o peso do próprio gelo que força essa terra abaixo do nível do mar. Se o gelo fosse removido, a terra retornaria em um efeito chamado de ajuste pós-glacial. Esse efeito está criando novas terras em áreas de calotas polares como na Suécia.[5]
A pressão extrema exercida pelo gelo permite a formação de água líquida a baixas temperaturas que de outra forma resultaria em gelo, enquanto a camada de gelo isola a água líquida do frio acima. Isso causa a formação de lagos subglaciais, sendo o maior o Lago Vostok, na Antártida.[6]
↑«BIOPROSPECÇÃO NA ANTÁRTIDA»(PDF). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 2011. 16 páginas. Consultado em 5 de janeiro de 2012. A Antártida possui aproximadamente 150 lagos localizados sob a superfície do gelo continental, o maior dos quais é o lago Vostok, descoberto debaixo da estação russa do mesmo nome.