O Science Education Resource Center, Carleton College, estabelece a seguinte definição: "A ciência do Sistema Terrestre abrange as ciências básicas e as ciências aplicadas ao transcender as fronteiras disciplinares para tratar a Terra como um sistema integrado. Busca um entendimento mais profunda das interações físicas, químicas, biológicas e humanas que determinam os estados passado, atual e futuro da Terra. A ciência do Sistema Terrestre proporciona uma base física para a compreensão do mundo sobre o qual a humanidade busca alcançar a sustentabilidade".[19]
A ciência do Sistema Terrestre abarca quatro características globais e criticamente importantes do Sistema Terrestre, que incluem:
Variabilidade: Muitos dos 'modos' e variabilidades naturais do sistema terrestre através do espaço e do tempo estão além da experiência humana, devido à estabilidade do recente Holoceno. Grande parte da ciência do Sistema Terrestre, portanto, depende de estudos do comportamento e modelos passados da terra para antecipar o comportamento futuro em resposta às pressões.
Vida: Os processos biológicos desempenham um papel muito mais importante no funcionamento e nas respostas do sistema terrestre do que se pensava anteriormente.
Conectividade: os processos estão ligados de formas e em profundidades e distâncias laterais que antes eram desconhecidas e inconcebíveis.
Não linear: O comportamento do Sistema Terrestre é caracterizado por fortes não linearidades. Isso significa que uma mudança abrupta pode ocorrer quando mudanças relativamente pequenas empurram o Sistema para além de um 'ponto de virada'.
Origens
Por milênios, os humanos especularam como os elementos físicos e vivos na superfície da Terra se conjugan. A noção de que a própria Terra está viva era um tema regular da filosofia e religião gregas.[20] Alguns povos indígenas da América Latina também falam da Mãe Terra como um ser vivo.[21]
Em muitos aspectos, os conceitos fundamentais da ciência do Sistema Terrestre podem ser vistos na filosofia natural do geógrafo, Alexander von Humboldt.[24] No século 20, Vladimir Vernadsky (1863-1945) viu o funcionamento da biosfera como uma força geológica gerando um desequilíbrio dinâmico, que por sua vez promoveu a diversidade das espécies vivas.
Paralelamente, o campo da ciência dos sistemas estava se desenvolvendo em vários outros campos científicos, o aumento da potência dos computadores levou a modelos aprimorados do sistema terrestre.[25] A extensão subsequente desses modelos levou ao desenvolvimento de "modelos do sistema terrestre" (ESMs) que incluem facetas como a criosfera e a biosfera.[26]
Um comitê da NASA chamado Earth System Science Committee foi formado em 1983. Os primeiros relatórios do ESSC da NASA, Earth System Science: Overview (1986), e o livro Earth System Science: A Closer View (1988), constituem um marco importante no desenvolvimento da ciência do sistema terrestre.[27] Os primeiros trabalhos discutindo a ciência do sistema terrestre geralmente enfatizavam os crescentes impactos humanos no sistema terrestre como um fator primário para a necessidade de maior integração entre a vida e as geociências.
Ciência do clima
A climatologia e as mudanças climáticas têm sido centrais para a ciência do Sistema Terrestre desde o seu início, como evidenciado pelo lugar de destaque dado às mudanças climáticas nos primeiros relatórios da NASA discutidos acima. O sistema climático da Terra é um excelente exemplo de uma propriedade emergente de todo o sistema planetário, ou seja, que não pode ser totalmente compreendido sem considerá-lo como uma única entidade integrada. É também um sistema onde os impactos humanos têm crescido rapidamente nas últimas décadas.
↑Fielding H. Garrison, An introduction to the history of medicine, W.B. Saunders, 1921.
↑Asimov; Bosworth (eds.). The Age of Achievement: A.D. 750 to the End of the Fifteenth Century : The Achievements. Col: History of civilizations of Central Asia. [S.l.: s.n.] pp. 211–214. ISBN978-92-3-102719-2
↑Washington, W.M.; Buja, L.; Craig, A. (2009). «The computational future for climate and Earth system models: on the path to petaflop and beyond». Phil. Trans. Roy. Soc. A. 367 (1890): 833–846. Bibcode:2009RSPTA.367..833W. PMID19087933. doi:10.1098/rsta.2008.0219