A ciência cidadã é um tipo de ciência baseada na participação informada, consciente e voluntária, de milhares de cidadãos que geram e analisam grandes quantidades de dados, partilham o seu conhecimento e discutem e apresentam os resultados. Qualquer pessoa pode dedicar a sua inteligência ou os seus recursos tecnológicos e disponibilidade de tempo para encontrar resultados de utilidade social. Para tal, não é necessário ter conhecimentos nem dispositivos, e tal pode ser feito em qualquer lugar e em qualquer momento.[1][2][3] A ciência cidadã é compatível com a ciência tradicional feita por cientistas profissionais, complementando-a e colocando-lhe novos problemas e desafios[4]. A ciência cidadã é assim a investigação científica feita por um conjunto de colaboradores que na sua totalidade ou em parte não sejam cientistas profissionais. Formalmente, a ciência cidadã tem sido definida como "a recompilação e análise sistemática de dados, o desenvolvimento de tecnologia, as provas dos fenómenos naturais, e a difusão destas atividades pelos investigadores sobre uma base principalmente vocacional".[5]
História
O conceito não é recente, pois a prática da ciência cidadã terá tido origem entre o fim do século XIX e início do século XX, mais precisamente a partir de 1900, por meio da contagem coletiva de pássaros[3]. Ainda hoje há grupos de voluntários que contam pássaros seguindo regras de organizações como a da Sociedade Audubon, uma ONG dos Estados Unidos. Hoje a ciência cidadã tem se ampliado graças ao avanço das telecomunicações e do uso da Internet[6]. No Brasil, o Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira - SiBBr - apresenta uma sessão especialmente dedicada a projetos de ciência cidadã no país.[7] A Rede Ibero-Americana na Ciência Participativa (RICAP) também cataloga e identifica tendências na ciência cidadã no Brasil [8].
Métodos
Muitos pesquisadores estão encontrando maneiras de explorar smartphones. Eles recrutam cientistas cidadãos que usam seus próprios smartphones para coletar dados que seriam difíceis - se não impossíveis - de obter de maneiras convencionais[2]. Os vários sensores internos que os smartphones transportam, como câmeras, microfones, acelerômetros e medidores de pressão, juntamente com aplicativos de fácil utilização, oferecem uma maneira para o público contribuir com dados de alta qualidade[9][3].
↑ abcEitzel, M., Cappadonna, J., Santos-Lang, C., Duerr, R., West, S. E., Virapongse, A., Kyba, C., Bowser, A., Cooper, C., Sforzi, A., Metcalfe, A., Harris, E., Thiel, M., Haklay, M., Ponciano, L., Roche, J., Ceccaroni, L., Shilling, F., Dorler, D., Heigl, F., Kiessling, T., Davis, B. & Jiang, Q. Citizen Science Terminology Matters: Exploring Key Terms. Citizen Science: Theory and Practice, vol. 1 no. 2. (2017). DOI: 10.5334/cstp.96