O Centro Histórico de Curitiba, também chamado de Setor Histórico de Curitiba, é uma área da cidade brasileira de Curitiba, capital do estadoParaná, conhecida por abrigar um conjunto de edificações de importância histórica e cultural.[1][2]
Compreende quinze quadras que pertencem aos bairros São Francisco e Centro, limitando-se ao entorno das praças Tiradentes, José Borges de Macedo, Generoso Marques, Garibaldi e João Cândido. Seu maior e mais conhecido espaço encontra-se no Largo Coronel Enéas, denominado popularmente como "Largo da Ordem".[3]
História
Sua história remonta ao século XVII, época da fundação oficial da Vila de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, no ano de 1693. Foi o início do povoamento do Primeiro Planalto Paranaense.
A vila cresceu e ganhou importância, principalmente no comércio. No século XIX ocorreu o maior movimento migratório para o Paraná. Enquanto a cidade se expandiu e modernizou-se, o Centro Histórico preservou parte da arquitetura original.
Em 1971 foi oficializado como "Setor Histórico de Curitiba", pelo Decreto 1.160, que regulamentou o uso e a ocupação de todos os seus espaços históricos instituídos em 1965, pelo plano diretor da cidade. Entre as edificações, algumas foram tombadas pelo patrimônio histórico municipal ou estadual e outras edificações são Unidades de Interesse de Preservação (UIP).[4][5][6]
Lendas
É cercado de lendas urbanas, algumas envolvendo as Ruínas de São Francisco. A mais conhecida trata da existência de uma série de túneis, que ligariam tal igreja inacabada às outras igrejas do Largo, bem como à catedral da cidade, ao Colégio Estadual do Paraná e aos clubes Concórdia e Garibaldi. Embora comprovada a existência de passagens secretas escondidas no subterrâneo da cidade, jamais se descobriu quais pontos elas exatamente ligam, tampouco a data da construção ou ao menos a finalidade.[7][8][9]
Largo da Ordem
Conhecido popularmente como Largo da Ordem e considerado o coração do Centro Histórico de Curitiba, foi batizado no século XVIII como Páteo de Nossa Senhora do Terço. Posteriormente passou a se chamar Páteo de São Francisco das Chagas e em 1917, Largo Coronel Enéas, em homenagem ao coronel Benedicto Enéas de Paula.
Desde o século XVIII, o largo foi palco de intenso e variado comércio, quando os colonos levavam de carroça produtos hortifrutigranjeiros para comercialização e compravam produtos nas casas comerciais. Os tropeiros e fazendeiros da região costumavam dar de beber a seus cavalos e mulas no bebedouro, ainda hoje existente, no centro do Largo da Ordem, em frente à Igreja da Ordem e a Casa Romário Martins. Datado de meados do século XVIII, é construído em pedra, com uma bacia metálica.[10][11]
Fechada para o tráfego de veículos na primeira gestão do então prefeito Jaime Lerner, tal região passou a receber mais atenção e cuidados por parte das autoridades locais. Com significativo papel histórico, cultural e social, têm nas suas imediações construções dos séculos XVIII e XIX, que atualmente encontram-se restauradas e adaptadas para utilização comercial.
É um tradicional ponto de encontro da população, pois além da feira dominical, abriga vários bares, pubs e restaurantes, alguns com comida típica dos imigrantes que participaram na formação do município.