Caverna do Couto, oficialmente Caverna do Morro do Couto, é uma das cavernas situadas no Núcleo Santana, o qual faz parte do Parque Estadual Turístico do Alto do Ribeira (PETAR). Situado no município de Iporanga, em São Paulo, no Brasil. A caverna é do período Proterozoico, Mesoproterozoico pela Unidade de Tempo Geológico. A rocha predominante é o Metacalcário. Caverna do Couto é um sítio da Geodiversidade de Relevância Nacional.[1]
A caverna tem possibilidade de visitação para todos os turistas que visitarem o local. A visitação, assim como todas as outras cavernas, necessita da presença de um Monitor Ambiental.
Caracterização
Gruta Morro Preto e a Caverna do Couto são partes de uma única cavidade do Sistema Cárstico Onça Parda - Morro Preto – Couto. A ligação entre elas se dá através do rio subterrâneo, mas não é acessível ao visitante comum.
O acesso a caverna é realizada por um pórtico pequeno, sendo necessário abaixar-se para entrar e que pela geografia deste ventos fortes e frios são constantes. O tamanho da entrada faz com que haja pouca luz solar, que somado a grande umidade provinda dos corpos d'água e o piso entrecortado fazem com que a ocupação humana no local seja quase que descartada, não havendo registros para tal. Ao descer a escada é possível ver e acessar a confluência de dois corpos d'água uma proveniente da gruta do Morro Preto, e a direita as águas do córrego do Couto.
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Corpo d'água próximo a entrada da caverna
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Detalhe do teto úmido da caverna
A caverna é pouco ornamentada, apresentando um "conduto retilíneo de forma freática", ou seja, suas paredes foram moldadas pelas águas e fica aparente. A caverna termina em um sumidouro, onde se desenvolveu um pórtico de grande tamanho, pelo processo de incasão (desplacamento de blocos).
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Salão mostrando falta de ornamentação
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Perfil do conduto principal exibindo feições de iniciação freática e evolutivas vadosas.
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Histórico
Registrada em 1908 por Richard Krone, o naturalista e paleontólogo realiza os primeiros croquis e descreve a presença de líticos e cerâmicos, fogueiras e grande quantidade de carapaças de moluscos, normais a ocupação humana.[2]
Nos 1960 explorações espeleológicas foram realizadas nesta gruta, em 1964 Le Bret e Lourival de Campos Novo realizaram sua topografia.[3]
Ainda nos anos 90 o Instituto de Geociências da USP e o Grupo Pierre Martin de Espeleologia redesenharam o mapa da caverna, e é esse ainda o atualmente utilizado.[3]
Biodiversidade
Flora
A entrada e a saída da caverna diferem quanto a sua vegetação. Na entrada da caverna é possível encontrar uma grande concentração de vegetação arbórea, dentre delas figueiras, juçaras ("palmito juçara") e Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme. Chegando a ter indivíduos com mais de 20 m de altura.[3]
Já na saída da caverna onde encontra-se um corpo d'água, as árvores não são tão desenvolvidas, e há a presença de indivíduos dos clados Virola, Eugenia, Ficus, Myrtaceae, Rubiaceae. E ainda também a espécie Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme
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Dahlstedtia pinnata (Benth.) Malme
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Corpo d'água na saída da caverna
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Vegetação na entrada da caverna
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Vegetação na saída da caverna
Fauna
Já foram registrados na caverna mais de 57 espécies terrestres, sendo dessas 2 apenas apresentando troglomorfismos.[3] Dentre os invertebrados , dentre os vertebrados 8 espécies de morcego e cuíca-d'água e lontra-neotropical.[4]
Referências