Cave di Cusa, também conhecida como Rocche di Cusa, foi uma pedreira localizada a poucos quilômetros da antiga cidade de Selinunte, onde atualmente fica a comuna de Campobello di Mazara. Era uma importante fonte de tufa calcária, um material bastante requisitado para construções por causa de suas características de resistência.
A área foi abandonada em 409 a.C., depois da invasão do exército cartaginês. A presença inimiga obrigou a evacuação repentina dos trabalhadores, que interromperam as atividades deixando para trás capitéis e pedaços de colunas inacabados. Os vestígios bem conservados permitiram amplos estudos arqueológicos e transformaram o local num ponto turístico.
História
Cave di Cusa estava situada à distância de treze quilômetros de Selinunte, uma antiga cidade habitada por gregos entre os períodos Arcaico e Clássico, onde atualmente se localiza a comuna de Campobello di Mazara. Era considerada uma fonte de pedras para os templos erguidos na cidade supracitada, que oferecia materiais de tufa calcária, uma rocha compacta e resistente. Por causa dessas características, o material foi extraído por 150 anos.[1][2][3]
A pedreira, contudo, foi abandonada em 409 a.C., ano em que o exército cartaginês, liderado pelo general Aníbal Magão, conquistou Selinunte.[4][5][6] Os trabalhadores conseguiram escapar do ataque bélico, precisando interromper as atividades e abandonar a área. Esta interrupção abrupta, inclusive, pode ser observada pelos capitéis e pedaços de colunas inacabados presentes no local, o que propiciou o conhecimento detalhado de todas as etapas usadas no processo: desde as primeiras incisões circulares e profundas até os tambores usados para o transporte.[4][7][8]
Investigação arqueológica
A área é coberta por sessenta blocos de rocha, muitos deles de natureza cilíndrica e em vários estágios de entalhe, que foram originalmente planejados para a construção dum templo. As pedras extraídas eram usadas em colunas de templos, e muitas colunas ainda existem nos dias atuais. Os diferentes estágios de extração reforçam a hipótese de que os trabalhadores precisaram abandonar o local de forma bastante rápida.[9][10] As investigações também observaram evidências de marcas de picaretas nas rochas de várias ferramentas de pedra, então os arqueólogos foram capazes de determinar os métodos usados para extração, muitos eram eficientes e avançados, como ranhuras e orifícios em "arquitraves", que permitiam que os trabalhadores usassem cordas e vigas para ajudar no levantamento da rocha.[11]
Turismo
Como parte integrante do parque arqueológico de Selinunte, Cave di Cusa é mais um atrativo turístico da província de Trapani que apresenta os aspectos da cultura grega. O local, no entanto, traz um contraste entre a paisagem rural, invadida por flores silvestres, e os elementos arquitetônicos de tempos antigos.[10][12]
Galeria
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Gravura de Jean Houel (1782)
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Incisões circulares profundas para criar e destacar uma coluna
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Um dos tambores da coluna com a cavidade no centro
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Um capitel incompleto
Referências
Bibliografia
Leitura complementar
- Peschlow-Bindokat, Anneliese (1990). Die Steinbrüche von Selinunt. Die Cave di Cusa und die Cave di Barone (em alemão). Mainz am Rhein: Von Zabern. ISBN 9783805310840
Ligações externas