Com um orçamento de sete milhões de reais, o longa permanece até hoje como um dos filmes mais caros já produzidos pelo cinema brasileiro. Entre os filmes brasileiros de maior bilheteria de 1999, Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme ficou na segunda posição com um pouco mais de setecentos mil ingressos vendidos, perdendo apenas para O Auto da Compadecida.[3] A receita gerada pelo filme foi de R$ 3.031.875.[2]
Sinopse
A história expande o conceito dos Stradivarius, uma família tradicional de feiticeiros, que é meramente mencionada na série original. Com a chegada iminente do alinhamento dos planetas, um evento que fortalece os poderes de todos os magos, a malvada Losângela rouba o livro de magia de sua prima Morgana, o que causa a perda dos poderes de Morgana e do Dr. Victor. Losângela se alia ao Dr. Abobrinha e seu ajudante atrapalhado Rato, ambos com intenções de demolir o Castelo.
As esperanças do Castelo ficam nas mãos do sobrinho de Morgana e Victor, Antonino ''Nino'' Stradivarius, um menino de trezentos anos de idade que é aprendiz de feiticeiro. Nino também procura lidar com o fato de que não é um garoto normal, o que dificulta sua capacidade de fazer amigos. No entanto, é justamente fazendo amizade com as crianças Cacau, João e Ronaldo que ele encontra um meio de salvar o Castelo e seus tios.
O filme possui uma grande quantidade de diferenças em relação a série, dentre as principais, está a eliminação do teor educativo da franquia para dar lugar à narrativa. Visualmente, o filme contrasta com o tom colorido e alegre da série ao se valer de um clima muito mais sombrio. Esta mudança se da principalmente no design do castelo e no figurino dos personagens.
Os personagens cômicos da série, como a cobra Celeste, o Godofredo, a gralha Adelaide, o gato Pintado, entre outros interpretados por bonecos não são retratados em Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme. O único que surge no filme é o Mau, que só aparece de relance, com um aspecto e voz diferente. Junto a ele aparecem mais dois personagens nunca vistos na série original da TV: o Feio, um bicho baseado no Godofredo, e o Sujo, que é um personagem inédito e que não parece com nenhum personagem da série.
Outras criaturas e personagens da série tiveram suas características alteradas ou simplesmente foram substituídos. Doutor Abobrinha ganhou uma personalidade relativamente mais séria e cruel; no filme ele é acompanhado pelo seu ajudante Rato, que é bem menos inteligente e mais atrapalhado. O carismático Porteiro de lata da série foi substituído por dois leões de mármore dublados por Leandro Vianna e Reginaldo Faidi. As crianças do seriado Zeca, Pedro e Biba deram lugar a outras; este fato originou uma clara falha na continuidade do universo do Castelo Rá-Tim-Bum, uma vez que na série original é dito que Zeca, Pedro e Biba foram as primeiras crianças "normais" com quem Nino fez amizade.
O próprio personagem Nino também sofreu alterações drásticas: na série, Nino era interpretado por um ator adulto (Cássio Scapin), o que tornava o fato do personagem ser um garoto de trezentos anos mais verossímil, porém mais cômico, enquanto que no filme, Nino é interpretado por um ator mirim (Diegho Kozievitch), tendo sua personalidade extremamente brincalhona e curiosa suavizada, tornando-se um personagem mais sério e sombrio. No filme, o problema da solidão de Nino é solucionado com a chegada de Ronaldo, João e Cacau, que são mostrados como os primeiros amigos do garoto.
Essas alterações não são explicadas em nenhum momento e nenhuma ligação com a série original é mencionada. Não há evidências apontando se a história que o filme apresenta é situada em algum ponto da cronologia da série. Contudo, os cenários, vestuário dos personagens e Nino ser fisicamente uma criança são fatores que sugerem que o filme seja ambientado muitos anos antes da série.
Lançamento e recepção
Comercial
Lançado no último dia de 1999 nos cinemas brasileiros, Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme conseguiu atrair 725.329[2] espectadores ao longo do ano 2000, tornando-se o segundo filme do país de maior público daquele ano, atrás somente de O Auto da Compadecida. Quando saiu de cartaz, o filme conseguiu obter um lucro total de um pouco mais de três milhões de reais,[2] contra seu caríssimo orçamento de sete milhões.
Crítica
Laurel Graeber do The New York Times disse que o filme "encantadoramente capta a vida de um estilo latino de The Addams Family".[4] Graeber também descreveu o filme como uma "contraparte brasileira" da Família Adams.[4]
A trilha sonora incidental de Castelo Rá-Tim-Bum, o Filme foi composta por André Abujamra e Lulu Camargo,[6] contou com uma orquestra de aproximadamente 26 músicos regida pelo maestro Renato Lemos.[5][6]
Abertura / Dança dos Planetas
Minueto da Pianola / Abobrinha e Rato
O Nino vai fazer uma Besteira
Pipas, Amigos e Bicicletas
Nino quer ir para a Escola
A Transformação de Losângela
O Encontro no salão do Castelo / Nino na casa das crianças