Casa de pensão

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Casa de Pensão

Casa de Pensão tem está denominação pois os maiores de seus acontecimentos históricos passasse em uma casa de pensão.

Resumo

A obra se inicia destrinchando o contexto em que o protagonista, Amâncio, cresceu e viveu: uma família rica que morava no interior do Maranhão. Desde sua mais tenra idade, sempre teve um pai severo e frio. Amâncio apanhava na escola e em casa, além de ter contraído sífilis da sua ama-de-leite e ter uma mãe super protetora e sentimental. Todos esses fatores foram moldando o caráter frágil em Amâncio.

Chegado os seus 20 anos, ainda com aparência débil, marcada pela infância; decide cursar Medicina na capital, o Rio de Janeiro. Como um típico jovem burguês, busca a cidade pelos seu prazeres, luxos e status.

A mãe fica chorosa pela partida do filho, mas o pai é indiferente, acredita que isso lhe será necessário para amadurecer o caráter e se tornar homem de verdade.

Já no Rio de Janeiro, Amâncio ficou hospedado na casa do Sr.Campos e sua esposa, amigos de seu pai. Estes eram senhores de aparência respeitosa e tradicional, com regras muito bem definidas na sua casa, incluindo horários de chegada e saída.

Vale ressaltar neste resumo de Case de Pensão, que, a princípio, a casa de Campos parecia uma boa alternativa para Amâncio. Porém, quando ele encontrou Paiva Rocha, um amigo do Maranhão, engajou na vida boêmia: só vivia em festas, orgias e bebedeiras.

As notas de Amâncio foram caindo, chegava tarde na casa de Campos – o que causava desconforto nos moradores – e começou a querer se envolver com Hortênsia, a mulher de Campos. Com a situação cada vez pior, Paiva apresentou o amigo João Coqueiro, que por sua vez, ofertou a Amâncio um quarto na sua pensão.

A pensão era um verdadeiro antro de promiscuidade, todos viviam na mesma rotina de farras intermináveis. Pelo ambiente, podia-se deduzir o tipo de caráter que as pessoas de lá possuíam: interesseiros, corruptos, baderneiros e boêmios. Mas Amâncio estava deslumbrado demais para notar que todos alí só queriam extorquir seu dinheiro. Assim, João Coqueiro armou de casar Amâncio com sua irmã, Amélia, para ter parte no dinheiro.

Caminhando para o final, vemos neste resumo de Casa de Pensão, que em certo momento a mãe de Amâncio avisa-lhe que seu pai havia falecido e pede que ele vá ao Maranhão para visitá-la e cuidar dela. Contudo, Amélia diz que só permitiria após se casarem, pois queria garantir que seu plano fosse concluído. Assim, Amâncio armou de viajar escondido para ver logo sua mãe, pois não tinha muita pressa em se casar. João descobriu o que Amâncio faria e, para alcançar o fim, todos os meios lhe pareciam lícitos; uma espécie de maquiavelismo. Arrumou duas falsas testemunhas, um advogado e denunciou Amâncio como um sedutor barato que causaria dano à reputação de sua irmã.

No dia do embarque de Amâncio, um oficial acompanhado de policiais o prendeu. Campos até tinha a intenção de ajudá-lo, mas recebeu de João uma carta embaraçosa que Amâncio havia escrito para sua esposa, Dona Hortênsia.

Três meses depois, Amâncio é absolvido e todos os colegas universitários baderneiros levam-no para um almoço festivo, no Hotel Paris. Ouviam-se gritos de comemoração ao estudante e à liberdade, os músicos da rua tocavam a Marselhesa e tudo parecia um carnaval carioca. Em meio a festa na cidade, João se sente tomado pelo ódio, pela inveja e por ter ficado como o vilão da história. Pega uma arma para se matar, mas num lapso de memória, aguarda o fim da festa para encontrar Amâncio só e vulnerável.

No fim, entra no quarto do hotel em que Amâncio dormia e atira-lhe no peito, que só teve tempo de abrir os olhos e dizer: “mamãe”…

A mãe de Amâncio não aguentava esperar e não tinha notícias do filho, tratou de ir ao Rio de Janeiro. Quando lá chegou, se deparou com a notícia do falecimento do seu filho.

Quem são as personagens

  • Amâncio da Silva – Este é o protagonista, um jovem do interior rico e disperso, que teve uma infância marcante. Abobalhado, encanta-se com os luxos da capital e se muda para o Rio de Janeiro, onde só quer viver de farras e bebedeiras.
  • Amélia – Ela é uma jovem astuta, irmã de João Coqueiro, disposta a seduzir Amâncio.
  • Luís Campos – Um homem amigo dos pais de Amâncio, que oferece sua casa para hospedar o jovem no Rio de Janeiro.
  • Hortênsia: – Muller de Campos, acaba se interessando pelo jovem Amâncio.
  • João Coqueiro – Um provinciano de duplo caráter, se torna amigo de faculdade de Amâncio e lhe oferece um quarto na pensão. Contudo, junto de sua irmã, Amélia, traça planos para extorquir o dinheiro de Amâncio.
  • Paiva Rocha – Conterrâneo de Amâncio, apresenta-lhe a vida boêmia e a companhia de João Coqueiro.

Contexto histórico

O livro teve como base um fato real: Questão Capistrano, crime envolvendo dois estudantes, ocorrido em 1876/1877 de grande repercussão no Rio de Janeiro.

Temas abordados no livro

  • O determinismo, em que as personagens são modificadas pelo ambiente em que vivem e pela herança genética ( infância de Amâncio);
  • A sexualização das personagens (badernas)
  • A inclinação ao pensamento socialista em detrimento do pensamento burguês ( as intenções burguesas de Amâncio);
  • A crítica aos comportamentos e padrões tradicionais, que são mostrados como hipocrisia nas personagens (comportamento de Dona Hortência);

Espaço e Tempo

O romance foi inspirado em um caso verídico, a Questão Capistrano, crime que sensibilizou o Rio de Janeiro em 1876/77, envolvendo dois estudantes, em situação muito próxima à da narração de Aluísio Azevedo. Na trama, há um foco no Maranhão da elite rica e no Rio de Janeiro imperial.

Características do período literário

O naturalismo, tendência estética e literária em voga no último quartel do século XIX, surgiu na França e é entendido por muitos críticos como uma corrente mais extremada do movimento realista, sendo muitas vezes também chamado de realismo-naturalismo.

  • Determinismo: o indivíduo não é mais sujeito, mas um figurante da história, resultado das influências do meio;
  • Cientificismo: o homem é entendido como produto das leis naturais;
  • Patologias sociais: as obras naturalistas enfatizam esses temas, trazendo à tona tópicos como as taras sexuais, os vícios, as doenças, o incesto, o adultério;
  • Objetividade e impessoalidade narrativas;
  • Preferência por temas cotidianos, frequentemente priorizando as relações e vivências das classes “inferiores”;
  • Predominância da forma descritiva;
  • Obras comumente engajadas, denúncias de aspectos socialmente retrógrados, da miséria e do sistema de desigualdades que fundamentava o capitalismo que surgia;
  • Ênfase no lado mais animalesco do homem: a fome, o instinto, a parte “não civilizada”, a sexualidade etc., bem como a zoomorfização de personagens;

Estilo

  • Impessoal;
  • onisciente;
  • onipresente (3° pessoa);

Algumas curiosidades

  • A obra é uma narrativa intermediária entre o romance de personagem (O Mulato) e o romance de espaço (O Cortiço);
  • Aluísio Azevedo também usa alguns recursos desconhecidos da língua portuguesa do Brasil, por exemplo, o caso da apossínclise: “Há anos que me não encontro com o amigo.”  Assim como o brilhante Machado de Assis.