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Casa Garraux

Casa Garraux
Livraria
Produtos Livros e "artigos finos"

A Casa Garraux foi uma notória livraria do século XIX fundada por Anatole Louis Garraux juntamente com seus sócios Guelfe de Lailhacar e Raphael Suarèz.[1][2][3] O edifício localiza-se à Rua Quinze de Novembro 250 / 256 (antiga Rua do Rosário).[1] Funcionou durante as décadas de 1860 e 1930.[4]

História

Anatole Louis Garraux nasceu em Paris, imigrou ao Brasil em 1850 com 17 anos[3] e começou a trabalhar na Livraria Garnier, no Rio de Janeiro. Em 1858 muda-se para São Paulo, onde abre seu próprio estabelecimento, a Livraria Acadêmica, em sociedade com Guelfe de Lailhacar e Raphael Suarèz. Esta livraria que futuramente seria conhecida como Casa Garraux, localizava-se inicialmente no Largo da Sé, próximo a Rua da Imperatriz.[1] Em 1872, foi inaugurada a nova sede da Livraria Académica de A. L. Garraux à rua do Rosário (atual Quinze de Novembro) em um elegante prédio com fachadas de mármore.[3]

Após 1876, a livraria é transferida para outros proprietários, Henri Michel, seu cunhado e depois a Willy Fischer, ou William Fernand Gustave Fischer, seu genro, casado com a filha do meio, Henriette Aspasie Julie Garraux, mantendo a livraria ainda entre a família.[3]

Em meados de 1890, Anatole retornou à França, vindo a falecer em 1904 em Paris.[3]

A livraria finalizou suas atividades por ocasião da Revolução de 1930.[3][5]

Contexto Histórico

A cidade de São Paulo passava por um grande processo de modernização e urbanização com a expansão da cafeicultura e encontrava-se nesta época envolta por instalações de setores econômicos modernos, como bancos, comércio de importação e exportação, empresas de serviços públicos, transportes marítimos, entre outros. Emergia assim uma aristocracia cada vez mais alinhada aos padrões de vida urbanos, sedenta por atividades culturais e novidades européias. É neste contexto que se explica a necessidade de um comércio livreiro na capital.[3]

A forte repercussão dos ideais da revolução francesa, do iluminismo e autores franceses era notada no domínio dos livros oriundos da França no mercado latino-americano assim como era um símbolo do homem culto da época. Como reflexo deste gosto burguês, a presença dos franceses no comércio de livros é representado não somente por Garraux, em São Paulo, mas como também por Garnier, no Rio de Janeiro.[3]

Produtos

Escultura na Fachada da Antiga Casa Garraux

A livraria comercializava artigos finos importados direcionada à alta sociedade paulistana e intelectuais.[6] Entre estes artigos finos estavam papéis para cartas, penas, lápis e outros objetos de escritório, além de exemplares avulsos da Illustration e do Monde Illustré. Foi também a Casa Garraux que apresentou o 'envelope' à sociedade paulistana, antes disso, as cartas eram escritas em folhas duplas e a segunda folha era utilizada cobrir a correspondência.[1][5]

Além de livros e artigos de papelaria, também comercializava uma gama ampla de outros artigos de luxo franceses como bengalas, binóculos, bolsas, caixas para jóias, para costura, espelhos, quadros, jarras de cristal, de porcelana e jardineiras. Também oferecia uma infinidade de ornamentos como globos celestes, terrestres, mapas geográficos, tinteiros, penas de ouro e de madrepérola, entre outros.[1][3]

Edifício

Em 1880, o edifício possuía apenas dois andares e o terceiro foi adicionado em 1896, pela prancheta de Giulio Micheli.[1] Em sua fachada ricamente ornamentada, encontram-se duas esculturas em ferro fundido, dos alemães Johannes Fust e Johannes Gutenberg, personagens do século XV ligados à invenção da imprensa.[6][7] Estas esculturas vieram da Fundição Val d´Osne de Paris, registradas sob os números 325 e 323, prancha 596 da lista de catálogo de 1892.[6][7]

Em fotografia antiga de Guilherme Gaensly, o prédio tinha em seu coroamento um grande grupo escultórico da Vitória Alada sobre o globo, com os braços abertos e uma coroa de louros em cada mão, provavelmente procedente do Val d´Osne.[7]

Referências

  1. a b c d e f Yamagawa, Mônica (2017). «Centro de São Paulo - Antiga Casa Garraux». Moyarte. Consultado em 25 de março de 2021 
  2. Deaecto, Marisa Midori (junho de 2008). «Anatole Louis Garraux e o comércio de livros franceses em São Paulo (1860-1890)». Revista Brasileira de História (55): 85–106. ISSN 0102-0188. doi:10.1590/S0102-01882008000100005. Consultado em 25 de março de 2021 
  3. a b c d e f g h i Martins, Rui (21 de novembro de 2010). «Tertúlia Bibliófila: Anatole Louis Garraux - um livreiro-negociante». Tertúlia Bibliófila. Consultado em 25 de março de 2021 
  4. «A ANTIGA CASA GARRAUX / FORMER CASA GARRAUX». A São Paulo que São Paulo Não Vê (em inglês). 21 de novembro de 2016. Consultado em 25 de março de 2021 
  5. a b «Uma breve história das livrarias paulistanas » São Paulo Antiga». São Paulo Antiga. 23 de junho de 2010. Consultado em 25 de março de 2021 
  6. a b c «Casa Garraux». Descubra Sampa - Cidade de São Paulo. Consultado em 25 de março de 2021 
  7. a b c «A ANTIGA CASA GARRAUX / FORMER CASA GARRAUX». A SÃO PAULO QUE SÃO PAULO NÃO VÊ (em inglês). 21 de novembro de 2016. Consultado em 25 de março de 2021 

This information is adapted from Wikipedia which is publicly available.

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