Carry trade

Carry trade é uma operação financeira que consiste em tomar dinheiro a uma taxa de juros em um país e aplicá-lo em outra moeda, onde as taxas de juros são maiores.[1] Alavancando-se na moeda de origem, o investidor realiza a arbitragem.

A carry trade do iene, a moeda do Japão, foi uma operação particularmente popular, gerando o apelido estereotípico de "Sra. Watanabe" (ou Kimono Trader, 着物トレーダー) para quem a operava. O país mantinha taxas de juros muitas baixas desde a metade da década de 1990, em resposta ao estouro da bolha financeira e imobiliária, chegando mesmo a aplicar juros negativos.[2] A The Economist estimava em 2007 que a operação tinha um volume de um trilhão de dólares.[3] Segundo John Authers, da Bloomberg, do começo do século até então, uma carry trade japonesa comprando peso mexicano seria mais rentável do que investir no S&P 500.[4] Em 2024, no entanto, ocorreu uma “grande reversão” da carry trade quando o Banco Central japonês elevou a taxa de juros,[5] provocando uma queda das bolsas em todo o mundo.[4]

Ver também

Referências

  1. «Carry trade: o que é e o que isso tem a ver com o câmbio e com os juros?». InfoMoney. 21 de agosto de 2024. Consultado em 18 de novembro de 2024 
  2. «Japão anuncia fim de política de juros negativos». Poder360. 19 de março de 2024. Consultado em 18 de novembro de 2024 
  3. «What keeps bankers awake at night?». The Economist. 1 de fevereiro de 2007. Consultado em 18 de novembro de 2024 
  4. a b Morrow, Allison. «Carry trade: como uma das principais estratégias de investimentos contribuiu para o pânico global». CNN Brasil. Consultado em 18 de novembro de 2024 
  5. Carolina Unzelte (19 de março de 2024). «Em decisão histórica, BC do Japão abandona juros negativos após 17 anos». Exame. Consultado em 18 de novembro de 2024