Como descendente de Gerardo da Alsácia, ele deveria ter sido "numerado" Carlos I da Lorena, mas os historiógrafos lorenos, que pretendiam estabelecer a legitimidade dos duques da Lorena por forma a liga-los diretamente aos Carolíngeos, incluíram na lista de duques o carolíngeo Carlos da Baixa Lorena († 991), duque da Baixa Lorena.
Biografia
Carlos passou a juventude ele foi próximo do duque Filipe II da Borgonha, de quem foi companheiro de armas em várias ocasiões. Essa proximidade com a Borgonha foi em grande parte resultado da mudança de política do seu pai, que se afastou da corte francesa (à qual os duques Lorena haviam se aproximado no último século e meio). De referir que, formalmente, o ducado da Lorena era um estado do Santo Império Romano-Germânico.
Várias vezes, entre 1405 e 1406, ocorreram escaramuças fronteiriças entre oficiais da Lorena e da França em certos enclaves fronteiriços e, em 1407, Luís de Orleães, à frente de uma coligação dos duques de Bar, do Luxemburgo e os marqueses de Namur atacou a Lorena. Acabou derrotado em Corny-sur-Moselle e depois, em julho, em Champigneulles.
Após o assassinato de João, sem Medo, em 1419, Carlos adotou uma nova postura em relação à França. O sucessor de João, Filipe III, detinha muito território quer nos Países Baixos, quer na Borgonha e, apenas a Lorena e a Champagne separavam as suas possessões. Temendo quaisquer ambições bélicas, Carlos achou prudente reorientar as suas alianças para longe de um adversário tão provável. Por meio de suas ligações com a França, ele obteve a ajuda do rei Carlos VII contra a Borgonha e casou a filha herdeira com o um príncipe francês Renato de Anjou, mais tarde rei de Nápoles.
Os últimos anos de Carlos foram repletos de conflitos e infelicidade. O seu sobrinho, António de Vaudémont exigiu uma parte da herança e Carlos teve que combatê-lo em 1425, sem muito sucesso. No início de 1429, Joana d'Arc veio em peregrinação a Saint-Nicolas-de-Port. Ela aconselhou o duque a abandonar a amante, Alison du May. Ignorando este conselho, ele deu-lhe uma escolta e enviou-a para Chinon. Ele morreu dois anos depois em sua capital, Nancy em 21 ou 25 de janeiro.