O nome Carabaque é tido geralmente como originário do turcomano e do persa, e significa literalmente "jardim negro".[6] Uma teoria alternativa diz que o nome teria uma origem turco-armênia, e significaria "Grande Baghk", uma referência ao reino de Ktish-Baghk, um dos principados de Artsaque.[7].
O local é mencionado pela primeira vez nas Crônicas Georgianas (Kartlis Tskhovreba, "A Vida dos Georgianos"), assim como em fontes persas dos séculos XIII e XIV.[8] O nome se tornou comum depois da década de 1230, quando a região foi conquistada pelos mongóis.[9].
História
No século XV o viajante alemãoJohann Schiltberger percorreu o Baixo Carabaque e o descreveu como uma ampla e bela planície na Armênia. Ele escreveu:
"Os Infiéis possuem todo [o Baixo Carabaque], e no entanto ele se situa na Ermenia (sic). Existem também armênios nas vilas, porém eles têm de pagar tributo aos Infiéis. Sempre vivi com os armênios, porque são muito amistosos com os alemães. (...) Na Armênia existem três reinos; um chama-se Tiffliss, o outro é Syos, e o terceiro Ersingen; os armênios o chamam de Ising-kan, e esta é a Pequena Armênia. Eles também dominaram a Babilônia por muito tempo; porém agora já não mais a possuem."[10] De acordo com os editores do livro, por diversas vezes Schiltberger teria dado muita atenção aos contos e histórias exageradas de seus amigos armênios.[10]
Sob o domínio russo o Carabaque foi definido como uma região com uma área de 13.600 km², com a cidade de Shusha (ou Shushi) como sua capital.[12] Sua população consistia de armênios e muçulmanos de diferentes etnias, em números praticamente equivalentes: enquanto o Alto Carabaque era povoado quase que completamente por armênios, o Baixo Carabaque era majoritariamente islâmico.[11]
↑Karabagi, Mirza Jamal Javanshir. The History of Karabakh. cap. 2: About the borders, old cities, population aggregates and rivers of the Karabakh region.
↑Hewsen, Robert H., Russian-Armenian relations, 1700-1828. Society of Armenian Studies, N4, Cambridge, Massachusetts, 1984, p 37.
↑ abHewsen, Robert H. "The Meliks of Eastern Armenia: A Preliminary Study". Revue des études Arméniennes. NS: IX, 1972, pp. 289.
↑Enciclopédia Armênia Soviética, "O Oblast Autônomo de Alto Carabaque" (em armênio), Vol. 7, Ierevan 1981. p. 26
↑Grande Enciclopédia Soviética, "NKAO, Historical Survey", 3ª edição, traduzida para o inglês, New York: Macmillan Inc., 1973
↑ abSchiltberger. Bondage and Travels of Johann Schiltberger. (tradução para o inglês de J. Buchan Telfer). Ayer Publishing, 1966, p. 86. ISBN 083373489X.
↑ abcdeHewsen, Robert H. Armenia: A Historical Atlas. The University of Chicago Press, 2001, pp. 119, 155, 163, 264-265.