Está classificada desde 1927 como monumento nacional,[2] tendo como principal interesse o facto de constituir um marco, no Norte de Portugal, da transição do estilo arquitectónico tardo-gótico para as novas formulações maneiristas de inspiração flamenga.
História
São Bom Homem e Nossa Senhora de Agosto foram os padroeiros e protectores da Confraria dos Alfaiates e a imagem da primeira era, no início do século XVI, venerada no primeiro andar de uma casa junto à Sé, cujo piso térreo servia de celeiro do cabido.
Em 1554, iniciou-se a construção de uma nova capela frente à fachada principal da Sé do Porto, em edifício cedido à Confraria pelo bispo D. Rodrigo Pinheiro. Onze anos depois, só as paredes tinham sido levantadas e, com o empenho do prelado, o mestre-pedreiro Manuel Luís contratou com a Irmandade a conclusão do templo.
Em 1853, a capela teve obras de beneficiação, promovidas pela Associação dos Alfaiates. Foi considerada monumento nacional em 1927, tendo, em 1935, devido às obras de demolição programadas para a abertura do Terreiro da Sé, sido expropriada pela Câmara Municipal do Porto.
A capela, de planta rectangular, abre para o exterior por um portal ladeado por duas colunas coríntias caneladas assentes em pedestais, sendo o portal rematado por um nicho com decoração flamenga, desenhado por Manuel Luís, em que se abriga uma imagem de barro de Nossa Senhora de Agosto.
No interior do templo, iluminado pela grande janela rasgada na fachada, a abóbada elevada sobre o espaço quadrado da nave é de cruzaria tardo-gótica, mostrando já motivos ornamentais maneiristas.