Foi construída conjuntamente com a edificação da segunda parte do solar, tendo sido construída mais ou menos a meio desta edificação que foi erguida em duas épocas diferentes, sendo a primeira do século XVI de 1502 e a segunda do século XVIII datando de 1700. Tem uma grande janela Emoldurada por cantarias trabalhadas que recebem a luz do sol por vidraças de rústicos vitrais em tons de verde, azul e vermelho.
Tem-se acesso a esta capela por duas portas em ogiva a partir do corredor central. Esta capela está devidamente registada e autorizada pela diocese de Angra do Heroísmo desde os tempos da sua edificação.
Apesar de à cerca de meio século só ser utilizada pelos proprietários da casa, guarda todos os paramentos necessários à sua actividade.
A bela imagem de Nossa Senhora das Vitórias, aqui existente é esculpida em madeira, e é datada da fundação da capela. Entre vários paramentos a referenciar existe um magnifico missal escrito em Latim, uma cálice delicadamente trabalhado.
Os primorosos trabalhos da capela, todos feitos em madeira trabalhada são de grande beleza, destacam-se as Flor-de-lis, as folhas estilizadas. As letras com o monograma do seu fundador destacam-se debaixo do altar.
História Nossa Senhora das Vitórias
A história Nossa Senhora das Vitórias teve origem nas guerras dos monarcas franceses, na pessoas do rei Luís XIII e na do seu ministro, o então Cardeal Richelieu. O rei Luís XIII, empreendeu em conjunto com o seu ministro, no ano de 1627, o cerco da cidadela, de La Rochelle com a finalidade de acabar com a revolta dos huguenotes, então seus ocupantes.
Esta cidade era em 1627 um importante porto francês, já de origem medieval.
A vitória que da guerra que se avizinhava era bastante incerta, dado que os habitantes de La Rochelle eram apoiados por Inglaterra.
O rei francês temendo pelo resultado, resolveu pedir à sua esposa, a então Rainha Ana da Áustria, para promover em todas as igrejas de Paris, orações públicas pedindo a intercessão da virgem a favor do seu triunfo.
A rainha assim fez, e passou a rezar-se em todas igrejas e capelas de França, aos sábados. Rezava-se o terço, pedindo a Deus a vitórias de França e a derrota dos protestantes de La Rochelle.
No interior do Exército francês os capelões do mesmo também promoveram, para que fossem feitas orações entre os soldados e todo o restante corpo militar.
Por intervenção de Deus ou pela sorte, o facto é que o Luís XIII ganhou e aguerra e a praça forte de La Rochelle voltou ao domínio de França.
Como forma de agradecimento e demonstração de gratidão pela vitória alcançada, Luís XIII lançou em Paris, a primeira pedra do que viria a ser a uma das mais belas igrejas de França, a igreja de Nossa Senhora das Vitórias. Uma recordação e um agradecimento da reconquista pelos cristãos de La Rochelle.