O Campeonato Cearense de Futebol de 2012 foi a 98ª edição do torneio. A competição contou com 22 rodadas na fase classificatória, além de jogos de ida e volta nas semifinais e nas finais. Neste ano, Crateús e Trairiense disputaram pela primeira vez, a primeira divisão do Campeonato Cearense. O Ceará se consagrou bicampeão neste ano e garantiu o 100º título estadual para a cidade de Fortaleza, além da participação na Copa do Brasil de 2013 juntamente com o vice-campeão, o Fortaleza. Os dois clubes também participarão do Campeonato do Nordeste de 2013.
O rebaixamento começou a ser decidido na 19ª rodada. O Itapipoca foi o primeiro a cair à Segundona Cearense de 2013 após perder por 3 a 0 para o Ceará, no Perilão. A decisão sobre os outros dois clubes que seriam rebaixados, ficou para a última rodada. O Trairiense perdeu por 2 a 1 para o Guarany de Sobral no Junco e foi rebaixado. O último a cair foi o tradicional Ferroviário, vencedor por 9 vezes do Campeonato Cearense, que caiu pela primeira vez para a 2ª Divisão do Cearense, mesmo após vencer o Guarani de Juazeiro por 2 a 1. Após o rebaixamento, o Ferroviário entrou na Justiça contra o Crateús por ter escalado 3 jogadores irregulares. Dias depois, o time dos Inhamuns foi julgado e acabou perdendo 13 pontos pela irregularidade, sendo rebaixado e livrando o time da capital da 2ª divisão.
O Horizonte passou toda a fase classificatória com a vaga para a Série D de 2012 nas mãos. Na fase semifinal, após ser eliminado pelo Fortaleza, confirmou a vaga na competição nacional.
A disputa pela Taça Padre Cícero de 2012 teve seu primeiro jogo no dia 2 de maio e o segundo jogo, dia 5 de maio. A primeira equipe classificada para a 'final do interior' foi o Crato, ao final da fase classificatória. E por não ir à final do campeonato, o Horizonte ficou com a outra vaga, pelo terceiro ano consecutivo. O time do Horizonte se consagrou bicampeão da Taça Padre Cícero com um placar agregado de 9 a 3.
Fórmula de disputa
Diferente das últimas edições, os participantes jogam em uma única fase classificatória. No turno único, os clubes jogam em confrontos diretos, de "ida" e "volta", classificando-se para as semifinais os quatro primeiros colocados. Na semifinal, os jogos se dão por cruzamento olímpico (o 1° colocado enfrenta o 4° colocado e o 2° enfrenta o 3°), em dois jogos. Os vencedores se enfrentarão na final do campeonato, também em dois jogos.[1]
Na fase semifinal e final, o clube com melhor campanha joga por dois empates ou dois resultados antagônicos, além de jogar a última partida em casa.[1]
Em 2012 serão rebaixados três clubes, portanto, as equipes classificadas em décimo, décimo primeiro e décimo segundo lugar serão rebaixadas e deverão disputar a 2ª divisão do Campeonato Cearense de 2013.[1]
As duas equipes do interior do estado de melhor campanha em todo o estadual e que não foram classificadas para a final do Campeonato, decidirão o título de Campeão do Interior, que será realizado em duas partidas, em ida e volta. Os resultados destes dois jogos não influenciam a classificação geral do Campeonato Cearense.[1]
A polêmica começou no dia 6 de fevereiro, seis dias antes do clássico ser realizado, com mando de campo do Ceará Sporting Club, Osmar Baquit, presidente do Fortaleza Esporte Clube, convocou a torcida tricolor para ir ao TJDF/CE, visando a busca de 10% dos ingressos no clássico. No dia seguinte, a FCF decidiu manter o que foi fechado anteriormente pelos dois clubes, porém, no mesmo dia, o TJDF/CE concedeu uma liminar determinando que os torcedores do Fortaleza Esporte Clube terão direito a 10% dos ingressos.
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A polêmica sobre o Clássico-Rei se alastrou ainda mais, quando Osmar Baquit exigiu que o segundo clássico fosse realizado no Estádio Alcides Santos, estádio do Fortaleza Esporte Clube, que tem capacidade para 7.500 pessoas.
Dia 8, o TJDF anunciou que o jogo teria torcida dividida, 50% para o Ceará e 50% para o Fortaleza.
Dia 9, em uma reunião com todos os órgãos envolvidos, a FCF decidiu por torcida única, dia 12 de fevereiro, 100% dos ingressos para a torcida alvinegra, e dia 25 de março, 100% dos ingressos para a torcida tricolor. Horas depois, o TJDF recusou a proposta da FCF, e definiu que seriam 6.800 ingressos para cada torcida mais 1.400, das cadeiras sociais, para o Ceará, dia 12 de fevereiro e, dia 25 de março, 6.800 ingressos para cada torcida, mais 1.400 para o Fortaleza. Ficou definido ainda que os sócios-torcedores terão que pagar ingresso para assistir o jogo, pois o mando de campo passou a ser da Federação.
O segundo clássico, que ocorreu dia 25 de março, teve uma peculiaridade. Dois dias antes, o famoso humorista cearense, Chico Anysio faleceu e, em homenagem ao artista, a Prefeitura de Fortaleza e a Federação Cearense de Futebol decidiram entregar ao vencedor da partida o troféu Chico Anysio, no caso, o Ceará Sporting Club.[5]
Nas finais, outros dois clássicos. No primeiro, o Fortaleza Esporte Clube teria o mando de campo, mas decidiu por fazer igual a fase classificatória, entregar o mando e todos os custos à Federação. No segundo, o Ceará Sporting Club decidiu por não aceitar que o mando fosse da Federação, e que seus sócios entrassem de graça no jogo. O Fortaleza se sentiu prejudicado, alegando que foi impedido de liberar a gratuidade dos sócios, e resolveu entregar ingressos para seus sócios. O Ceará não aceitou, já que o mando de campo era do alvinegro, porém o rival continuou com a distribuição. A Federação, decidiu, mesmo o mando sendo do Ceará, que os sócios do Fortaleza também entrariam de graça.[6]. O Ceará foi campeão e se recusou a receber troféu e medalhas em sinal de protesto contra a FCF.
Caso Crateús, caso Guto e caso Reina
Caso Crateús
Após ser rebaixado para a segunda divisão do cearense, o Ferroviário entrou na Justiça contra o Crateús por ter escalado jogadores irregulares em algumas partidas. Jornalistas fizeram pesquisas, com súmulas em mãos, e descobriram que a ação do Ferroviário procede e isso pode fazer com que o estreante Crateús seja rebaixado para a segunda divisão cearense. O caso foi julgado dia 22 de abril, tendo o Crateús perdido, por unanimidade, 4 pontos, em relação a condição irregular do jogador William Carioca, 6 pontos, em relação ao jogador Erilson, por maioria dos votos e 3 pontos pela irregularidade do jogador Bruno Recife.
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Caso Guto
Após a fase classificatória, o Crato entrou na Justiça contra no Fortaleza, alegando a irregularidade do lateral Guto. O jogador, que tinha um contrato de 5 anos com o tricolor, assinou um pré-contrato com o rival, Ceará, porém, para não deixar o lateral ir para o time rival, a diretoria do Fortaleza assinou um aditivo de 1 ano com o jogador, o que firma um contrato de 6 anos. De acordo com a Lei Pelé, o contrato máximo de um jogador deverá ter duração de 5 anos. A irregularidade foi constatada por vários advogados. Porém de acordo com a CBF, o atleta está completamente regular. A CBF admite que houve falha no sistema, pois não é permitida a prorrogação do contrato além dos cinco anos - período do contrato inicial. O caso não foi julgado antes do final do campeonato. [8]
Caso Reina
Diante das acusações, a diretoria tricolor decidiu entrar na Justiça contra o Ceará, alegando que um de seus jogadores, o colombiano Reina, estaria irregular desde o início da competição. A especulação veio à tona, após o jogador viajar para a Colômbia e não ser relacionado por 3 jogos seguidos. Na volta ao Brasil, o jogador mostrou que foi renovar o visto de trabalho, que tinha validade até 5 de maio, até então, o jogador não estava irregular. Mesmo assim, a diretoria do Fortaleza decidiu entrar na Justiça, às vésperas das semifinais. Após voltar ao Brasil, o jogador foi relacionado para os jogos da semifinal. O caso não foi julgado antes do final do campeonato.[9]
Veja abaixo, os públicos dos times contra os grandes do futebol cearense, Ceará Sporting Club e Fortaleza Esporte Clube. Ingresso encontra-se em valor inteiro, com direito a meia entrada. "M" representa o ingresso arquibancada para mulheres.