Cachoeira de Paulo Afonso (Frans Post)

 Nota: Para O poema A Cachoeira de Paulo Afonso de Castro Alves, veja Os Escravos.
Cachoeira de Paulo Afonso
Cachoeira de Paulo Afonso (Frans Post)
Autor Frans Post
Data 1649
Técnica Óleo sobre madeira
Dimensões 58,5 × 46 
Localização Museu de Arte de São Paulo, São Paulo

Cachoeira de Paulo Afonso é uma pintura a óleo sobre madeira, executada pelo pintor de paisagens neerlandês Frans Post em 1649. A obra retrata a famosa queda de água homônima, localizada no curso do rio São Francisco. Realizado após o retorno de Post à Holanda, o painel encontra-se atualmente conservado no Museu de Arte de São Paulo.

A obra

E. F. Schute. Cachoeira de Paulo Afonso, 1850. Museu de Arte de São Paulo, São Paulo.

O lugar representado encontra-se na Bahia, no curso do rio São Francisco, e atrai ainda hoje os turistas que visitam a região. Frans Post foi o primeiro a representar as características da natureza do Nordeste brasileiro, o azul metálico do céu, os verdes opacos, a intensidade da luz, transferindo para a tela, com a ciência da perspectiva própria dos cartógrafos-pintores holandeses, os dados peculiares da paisagem tropical. A obra em pauta, datada de cinco anos depois de Post ter voltado à Holanda, foi reelaborada pelo artista, que se baseou em desenhos tomados no lugar.[1]

A beleza natural do local, já bastante conhecido ainda no período colonial, fez com que a cachoeira se tornasse um ponto de atração de diversos artistas, principalmente pintores e gravadores estrangeiros de passagem pelo Brasil. A ela, dedicaram obras, além de Post, E. F. Schute, Johann Moritz Rugendas e Jean-Baptiste Debret[2]. Na literatura brasileira, são igualmente comuns as referências à mencionada cachoeira, com destaque para o poema A Cachoeira de Paulo Afonso, escrito por Castro Alves em 1876, do qual se reproduz o trecho a seguir:

Proveniência

Desconhece-se a ubicação da obra no período anterior ao século XIX. Sabe-se que a mesma integrava, desde o início do século XX, o acervo da Galerie Goldschmidt & Wallerstein, em Berlim. Por volta de 1926, o painel foi emprestado em regime de comodato ao Städelsches Museum de Frankfurt am Main, onde permaneceu até 1950, passando, em seguida, à coleção da galeria Durand-Matthiesen, em Genebra. Neste mesmo ano, a obra foi adquirida pelo Museu de Arte de São Paulo (MASP), com recursos doados por Américo Breia e pelos irmãos Adriano e Ricardo Seabra.[1]

Exposições

Após sua aquisição pelo MASP, Cachoeira de Paulo Afonso tomou parte na turnê de obras do museu paulistano por instituições européias e norte-americanas. Merece destaque sua participação nas exposições Chefs-d'oeuvre du Musée de São Paulo, no Palais de Beaux-Arts de Bruxelas , e Dipinti del Museo d'arte di San Paolo del Brasile, no Palazzo Reale de Milão, ambas realizadas em 1954. A obra também figurou nas exposições Pintores Holandeses do Príncipe Maurício de Nassau, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1968), Da Raffaello a Goya... da Van Gogh a Picasso, novamente em Milão (1987), Frans Post Paradisiesche Landschaft, no Kunsthalle, em Basileia (1990), e Brasilien Entedeckung und Selbstentdeckung, no Kunsthalle de Zurique (1992).[1]

Ver também

Bibliografia

  • Marques, Luiz (1998). Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand. Arte da Península Ibérica, do Centro e do Norte da Europa. São Paulo: Prêmio. pp. 118–121 

Referências

  1. a b c Marques, Luiz (org).Catálogo do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand: Arte da Península Ibérica, do Centro e do Norte da Europa. São Paulo: Prêmio, 1998, 118-121 p.
  2. Vieira, Tatiana Cuberos. (2001). O pitoresco e o sublime na arte brasileira: A Cachoeira de Paulo Afonso - Pernambuco, de E. F. Schute <http://www.prp.unicamp.br/pibic/congressos/ixcongresso/cdrom/pdfN/562.pdf>. Acessado em 1º de abril de 2008.
  3. Castro Alves, Antônio Frederico de. (1876). Jornal de Poesia <http://www.secrel.com.br/jpoesia/calves13.html#pauloafonso>. Acesso em 1 de abril de 2008.

Ligações externas