Burnin' é o sexto álbum de estúdio da bandajamaicana de reggaeThe Wailers. O disco foi gravado entre abril e junho de 1973, nos estúdios Harry J, em Kingston, Jamaica, e nos estúdios Island, em Londres, Inglaterra. O lançamento aconteceu em 19 de outubro do mesmo ano pelas gravadoras Island e Tuff Gong, com aquela ficando responsável pela distribuição internacional e esta última pela distribuição no Caribe. Ficaria marcado como o último álbum do grupo, já que seus três membros fundadores sairiam em carreira solo nos anos seguintes.
Antecedentes
Após o lançamento de seu álbum anterior, a gravadora pressionou o grupo a já trabalhar no sucessor, buscando lançá-lo o mais rápido possível de modo a aproveitar uma certa "onda favorável" ao reggae internacionalmente. Embora Bunny Wailer tivesse deixado claro que não mais participaria de turnês internacionais após a primeira temporada do grupo na Inglaterra, ele ainda desejava participar das gravações e dos shows locais. Ainda assim, olhando em retrospectiva, fica claro que o grupo estava a caminho do seu fim com as tensões entre os três membros fundadores - especialmente entre Marley e Tosh - atingindo níveis nunca antes vistos.[1][2]
Gravação e produção
O álbum foi gravado entre os meses de abril e junho de 1973 nos mesmos estúdios Harry J, em Kingston, na Jamaica, onde o álbum anterior havia sido gravado. Ainda assim, este álbum foi gravado em sessões mais espaçadas porque a banda viajava para cumprir datas da turnê internacional do disco anterior enquanto gravava. Ao final, o disco novamente passou por uma nova mixagem e por overdubs nos estúdios Island, em Londres, na Inglaterra.[1][2]
O álbum vendeu bem e foi elogiado pela crítica especializada na época de seu lançamento. William Ruhlmann, escrevendo para o AllMusic, acentuou como o álbum é um chamado para a violência, especialmente nas faixas "Burnin' and Lootin'" e nos maiores sucessos do disco, "Get Up, Stand Up" e "I Shot the Sheriff". Estas canções, segundo o jornalista, demonstram a natureza desesperadora da vida pobre na Jamaica. Ainda assim, o álbum traz alternativas para a violência na sua mensagem religiosa. Finalmente, ele ressalta como o álbum demonstra o descolamento que Marley ia tendo de seus parceiros, o que, segundo Ruhlmann, fica patente pelo fato de as canções bônus dos relançamentos serem todas de Tosh e Bunny: parte de seus esforços não conseguia entrar no álbum.[3]
Robert Christgau, escrevendo em sua coluna na época, que o disco é, ao mesmo tempo, desconcertante e jubiloso, variando entre o emocionante e despretensioso. Ele toma nota, também, da habilidade de Bob em escrever "propaganda melódica".[4]