O Parque Natural Municipal Bosque da Freguesia,[5] mais conhecido como Bosque da Freguesia, é uma unidade de conservação situada em uma Área de Preservação Ambiental do bairro da Freguesia, em Jacarepaguá, Rio de Janeiro.[6][4][7] O parque foi criado em 1992[4][8] e possui aproximadamente 30 hectares.[1][2][3][9]
História
Antes do tombamento, a área fazia parte de uma antiga fazenda da família Catramby, com muitas árvores, e na década de 1980 foi comprada.[10][8] Durante essa década, a população do bairro da Freguesia – organizada por várias entidades, com destaque para a Associação de Moradores e Amigos da Freguesia e o Grupo de Defesa Ecológica – mobilizou-se com diversas campanhas dirigidas às autoridades, pleiteando que essa região fosse preservada para servir à preservação ambiental e ao lazer, contando até com passeatas que reuniram mais de 500 pessoas protestando pelo Bosque da Freguesia.[11][10][12][13][14][8][15][16][17][18] Já desde a época do pleito é possível observar referências ao espaço como "Bosque da Freguesia".[14] Em 1989, essa série de movimentações da sociedade civil culminaram no tombamento da área (a Lei Municipal Nº 1512, de 1989), de autoria do vereador Alfredo Sirkis.[6][13][19]
Os anos que se sucederam a essa lei, no entanto, foram marcados por conflitos e debates entre a sociedade (com as suas organizações), a concessionária Dirija (que possuía a propriedade de grande parte da área da fazenda) e o Poder Público Municipal no que diz respeito à propriedade do terreno e à extensão do Bosque da Freguesia.[4][10][20][21] Isso só foi pacificado a partir de um acordo entre as três partes (com referendo organizado pela sociedade civil), com cessão de parte do terreno para virar parque, mantendo a propriedade privada de outra parte, além da previsão de uma rua às margens do Rio Sangrador.[22][23][4][24]
O Decreto Municipal nº 11830, de 11 de dezembro de 1992, oficializa a criação do que é chamado de Parque Natural Municipal Bosque da Freguesia assim como traz esse acordo explicitamente.[4][8] Posteriormente, houve revisões e esclarecimentos legais, incluindo desapropriações, de modo a definir os limites do parque como é atualmente.[25][26][27][28]
Na transição do século XX para XXI ocorreram ainda novas mobilizações da sociedade civil para a proteção do Bosque da Freguesia. Lutou-se contra a construção da Avenida do Canal do Rio Sangrador (que ligaria a Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão à Estrada do Gabinal, ao lado do RioShopping), com o argumento de potenciais danos ao Bosque da Freguesia,[29][30][31] apesar de o traçado dessa avenida constar no acordo da época de criação do Bosque da Freguesia.[4][23] O prefeito Cesar Maia, em 2003, veta a possibilidade de construção da via por meio de decreto, e a administração do centro comercial propõe um traçado alternativo.[31][32]
Em março de 2002, a sede do parque foi inaugurada e recebeu o nome de Doutor Jairo da Costa Pinto Filho — expoente ativista na luta pelo parque.[33][34]
Em 2003, para se adequar à padronização dos nomes das unidades de conservação, passa a ser chamado de Parque Natural Municipal da Freguesia.[35] Posteriormente, a partir de um decreto do prefeito Eduardo Paes, é renomeado como Parque Natural Municipal Bosque da Freguesia — nomenclatura vigente até hoje.[5]
Em 2005, o símbolo do parque se torna o caxinguelê, escolhido por votação entre frequentadores.[36]
Geografia
Com uma área de aproximadamente 30 hectares[1][2][3][9], e localizada no bairro da Freguesia, o Bosque da Freguesia está delimitado por: Rio Sangrador/Córrego da Panela; Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão; Estrada do Caribú; Estrada do Gabinal e Rio Office & Mall.[6][4][2][28]
Fauna e Flora
Apresenta uma vegetação principalmente arbórea. Dentre as árvores destacáveis, contam jaqueira, jabuticabeira, abieiro-roxo, goiabeira, embaúbas, coqueiro-de-catarro e sapotiabeira.[1] Dos animais que podem ser avistados, incluem-se: tiês-sangue, sabiás-laranjeira, bem-te-vis, rolinhas, sanhaços, gaviões-carijós, pardais, bicos-de-lacre, morcegos, gambás, sapos, pererecas, rãs e várias espécies de borboletas.[1]
Acesso, funcionamento e atividades
É um parque público, com funcionamento de terça-feira a domingo.[1], das 08:00 às 17:00. A sua entrada principal está na Avenida Tenente Coronel Muniz de Aragão, apresentando também uma entrada a partir do estacionamento do Rio Office & Mall.[37]
Contém 2,2 a 2,5 Km de trilhas para caminhadas e corridas: Trilha Caxinguelê (de 365 metros), Trilha Pau-Brasil (de 635 metros), Trilha Sabiá (de 580 metros), Trilha Bem-te-vi (de 394 metros) e Trilha Figueira (de 235 metros).[37][9] Além disso, conta com uma sede de várias funcionalidades, uma quadra poliesportiva, um campo de futebol, área de piquenique e um parque para crianças.[37][9] Existem também muitas outras atividades gratuitas, como aulas de yoga, kung-fu, capoeira, treino funcional, futebol e dança circular e ensaio de uma orquestra.[38]
↑RIO DE JANEIRO. Decreto Municipal nº 12962, de 08 de junho de 1994. Dá nova redação ao § 1º do artigo 2º do Decreto Nº 11830, de 11 de dezembro de 1992, que criou a Área de Proteção Ambiental do Bairro da Freguesia. Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro.
↑ abCesar veta estrada que cortaria Bosque da Freguesia. O Globo - Caderno Barra. 29 de maio de 2003. pp. 10-11
↑Motta, Cláudio (07 de outubro de 2004). Abertura de rua ao lado do bosque põe fim à polêmica. Editora O Globo. Jornal O Globo - Caderno Barra: pp. 14-15.