Segundo o relato, liderou seu povo em três navios de Escandza (Escandinávia) para Gotiscandza (bacia do Vístula). Eles assentaram-se e então atacaram os rúgios, que viviam na costa, expulsando-os de seus domínios; depois, derrotariam seus novos vizinhos, os vândalos.[3] A arqueologia, no entanto, contradiz esse relato ao demonstrar que a transição da Cultura de Oksywie à de Vilemberga foi pacífica e sua cronologia coincide com o aparecimento de nova população de origem escandinava em áreas antes inabitadas ("terras de ninguém") entre as zonas das culturas de Oksywie e de Przeworsk.[4]
O arcebispo sueco do século XVI de Upsália, João Magno, em sua história dos suecos e godos, foi o primeiro a publicar uma canção conhecida como "Balada de Érico", sobre um antigo rei gótico chamado Érico, que mantêm algumas similaridades com Berigo. Originalmente pensou-se que a obra continha registro autêntico da tradição oral sobre o rei, mas é agora reconhecida como falsa.[5][6]
Nome e família
Segundo alguns autores, seu nome tem como raiz o gótico Bairika (Pequeno urso).[7] O historiador dinamarquês Arne Søby, por outro lado, propôs que Cassiodoro, autor do texto em que Jordanes baseou sua obra, inventou-o, com inspiração no nome Berico/Verica (em grego: Βέρικος; romaniz.: Bérikos).[8] Segundo Herwig Wolfram, talvez os dois reis mencionados após Berigo na Gética, Gadarico, o Grande e Filímero, sejam seus parentes.[9]
↑Iordanes. De origine actibusque Getarum. Citação: IV 25. "Ex hac igitur Scandza insula quasi officina gentium aut certe ve-lut vagina nationum cum rege suo nomine Berig Gothi quondam me-morantur egressi: qui ut primum e navibus exientes terras attigerunt, ilico nomen loci dederunt. nam odi-eque illic, ut fertur, Gothiscandza vocatur." Tradução: "Dessarte, os godos se recordam de partir outrora dessa ilha Scandza – quase uma fábrica de povos ou, certamente, um nascedouro de nações – com seu rei de nome Berig. Quando os líderes saíram dos navios e chegaram a terra, de imediato deram nome ao local; do qual se diz, até hoje, ser chamado Gothiscandza." Cf. Jordanes; Sartin, Gustavo H.S.S.. "De origine actibusque Getarum/ Sobre as Origens e Feitos dos Godos: tradução e comentários filológico-tradutórios da introdução geográfica". Scientia Traductionis, n.11, 2012 doi:http://dx.doi.org/10.5007/1980-4237.2012n11p330
Christensen, Arne Søby (2002). Cassiodorus, Jordanes and the History of the Goths: Studies in a Migration Myth. Copenhague: Museum Tusculanum Press. ISBN8772897104
Jonsson, Bengt R. (1967). Svensk balladtradition. Estocolmo: Svenskt Visarkiv
Kokowski, Andrzej (1999). Archäologie der Goten. Goten im Hrubieszow-Becken. Lublin: IdeaMedia. ISBN83-907341-8-4
Maenchen-Helfen, Otto J. (1973). The World of the Huns: Studies in Their History and Culture. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN9780520015968
Wolfram, Herwig (1990). History of the Goths. Berkeley, Los Angeles e Londres: University of California Press. ISBN9780520069831