Foi também três vezes prefeito de Ouro Preto, entre as décadas de 60 e 80, tendo falecido durante o seu terceiro mandato, no ano de 1983.[2]
Biografia
Benedito Gonçalves Xavier nasceu na Fazenda Bandeirinhas, no distrito de Casa Branca, Ouro Preto, em 20 de fevereiro de 1921. Era o primogênito de 11 irmãos, filhos do casal Ramiro Gonçalves da Silva e Biandina Ferreira Xavier.[3]
Em 1951 formou-se em Medicina pela Universidade Federal de Medicina de Minas Gerais. Clinicou inicialmente em Itabirito, no Hospital São Vicente de Paula. Retornou a Ouro Preto em 1953, tendo fundado um posto de saúde estadual em Cachoeira do Campo.[3] Era o chefe do Serviço de Assistência Médica de Urgência (SAMDU).[4]
Sua filha, Marisa Maria Xavier Sans, foi a primeira prefeita de Ouro Preto, em 2001, pelo PDT.[5] Seu sobrinho Paulo Marcos Xavier da Silva, foi secretário municipal da saúde, na gestão do prefeito Angelo Oswaldo.[6]
Política
Concorreu a prefeitura de Ouro Preto, pela primeira vez, em 1954, pelo PTB. Não conseguiu ser eleito. Na eleição seguinte, em 1958, assumiu o executivo municípal, em uma chapa com Jair Pena, da UDN. Após o pleito, porém, o PSD e a UDN se uniram como oposição, aquele partido com a maior bancada e com o presidente da câmara, José Feliciano Rodrigues. Gonçalves Xavier foi obrigado a governar com forte oposição do legislativa. Vale lembrar da grande bipolarização política no Brasil daquele momento.[4]
Era o historicamente de esquerda, sendo, inclusive, presidente do Movimento Nacionalista de Ouro Preto, de inspiração nacional-desenvolvimentista, e estando ligados a ações do PCB. Por suas inspirações políticas, chegou a ocorrer uma tentativa, mal sucedida, de impeachment na Cãmara de Vereadores de Ouro Preto.[4]
Retornou a prefeitura em 1971, para um mandato de dois anos. Seu último cargo público foi em 1982, novamente como prefeito de Ouro Preto. Faleceu no cargo, em 1983.[3] Assumiu em seu lugar o vice-prefeito da cidade, José Leandro Filho.[7]
Patrimônio histórico
Em sua gestão contribuiu profundamente para a defesa do patrimônio histórico de Ouro Preto. Oficializou o “Plano Viana Lima” como plano diretor ouro-pretano. No repasse dos recursos deveriam ter prioridade as iniciativas de planificação que envolvessem áreas que contivessem objetos de valor histórico, artístico, arqueológico e natural. Também foi criado o Departamento do Patrimônio Histórico e Artístico Municipal, elevando institucionalmente o antigo diretório existente.[8]
É nesse contexto, o aproveitamento econômico do patrimônio histórico da cidade para o turismo cultural. Nas gestões posteriores, essa mesma ideologia política foi seguida. E a partir de 1966 começaram a ocorrer ações cooperativas entre DPHAN e a UNESCO, que, em 1980, tombaria Ouro Preto como Patrimônio Mundial.[8]