Era uma das poucas freguesias portuguesas territorialmente descontínuas, consistindo em duas partes de extensão muito diferente: a parte principal (concentrando 90% do território da freguesia, incluindo a vila sede da própria freguesia e do município a que pertencia) e um pequeno exclave (lugar de Gaia) a norte, separado do corpo principal pela extinta Freguesia de Colmeal da Torre,[2][3] esta desanexada da freguesia de Belmonte em 1949.[4]
Foi extinta em 2013, no âmbito de uma reforma administrativa nacional, tendo sido agregada com a Freguesia de Colmeal da Torre, restaurando o território da freguesia anterior à desanexação de 1949, mas agora sob a designação de União das Freguesias de Belmonte e Colmeal da Torre da qual é a sede.[5]
Com lugares desta freguesia foi criada a freguesia de Colmeal da Torre (decreto lei nº 37.536, de 01/09/1949
Distribuição da População por Grupos Etários em 2001 e 2011
Idade
0-14
15-24
25-64
> 65
0-14
15-24
25-64
> 65
2001
507
407
1.619
694
15,7%
12,6%
50,2%
21,5%
2011
429
332
1.706
716
-15,4%
-18,4%
5,4%
3,2%
História
Os vestígios mais antigos da presença humana no concelho remontam à Pré-História, no entanto são da Época Romana o maior número de testemunhos dessa presença.
A importância de Belmonte no contexto da História de Portugal releva da Idade Média, tendo-lhe sido concedida Carta de Foral em 1199 por D. Sancho I, que quereria "povoar e restaurar", assegurando, desta forma, o controlo político da região para a Coroa Portuguesa. Simultaneamente, e uma vez que se tratava de uma zona de fronteira com o Reino de Leão, iniciava-se a construção de reduto fortificado que nos finais do século XIII, a pedido do Bispo de Coimbra, a cujo senhorio pertencia, é transformado em castelo, sendo então construída a Torre de Menagem.
Nesse período, Belmonte é já uma vila em franco desenvolvimento, justificando a existência de duas igrejas (Santiago e Santa Maria) e uma Sinagoga. Este crescimento será travado com as Guerras Fernandinas e a Crise de 1383-1385, que obrigam D. João I a conceder a Belmonte Carta de Couto, logo em 1387, a pedido do Bispo de Coimbra, que nos disse que "o seu castello de bellmonte he muy despouado por rezam desta guerra".
No século XVI, Belmonte dará de novo um contributo importante para a História de Portugal através de Pedro Álvares Cabral, o Navegador, que, em 1500, comandou a 2.ª Armada à Índia e, durante a sua missão, descobriu o Brasil. Diogo Fernandes Cabral, também como ele trineto do casamento de Álvaro Gil Cabral, e sua mulher Maria de Macedo foram pais de Jorge Dias Cabral. Refira-se ainda a prestigiada figura de Jorge Cabral, que teve vários cargos importantes durante o século XVI, nomeadamente o de Governador da Índia entre 1549 e 1550.
Em 1510, D. Manuel I concede Nova Carta de Foral, reconhecendo a sua importância política e económica. Belmonte era então uma comunidade rural, dependente da pecuária e da agricultura, com algum comércio, que todavia terá sido prejudicado pelo Édito de Conversão dos Judeus em 1496, e responsável pelo surgimento de uma comunidade cripto-judaica que resistirá às perseguições da Inquisição, até ao século XIX.
O século XIX, é marcado pela disputa de lugares políticos da Câmara e das Juntas da Paróquia.
Em 1831, com a Reforma Administrativa de D. Miguel I de Portugal, a Freguesia de Santiago foi extinta e criada uma única Freguesia e cabeça do Concelho de Belmonte, tendo Santa Maria como cabeça da Paróquia e Freguesia.
Com a reforma administrativa de 1855, o Concelho de Belmonte composto até então, pelas Freguesias de Maçaínhas e Ínguias é alargado ao Concelho de Caria, autónomo da Covilhã desde 1644. Em 1947 a freguesia de Belmonte é dividida, surgindo a nova freguesia de Colmeal da Torre e ficando o Concelho com cinco freguesias, situação que se manteve até 2013, ano em que passou para quatro freguesias.
Freguesia
A para além da vila sede da freguesia era ainda composta pelos seguintes lugares anexos: