Beatrice Greig (nascida em 1869) foi uma escritora, editora, assistente social e ativista dos direitos das mulheres trinitária. Ativa entre as décadas de 1920 e 1940, Greig foi uma das vozes mais influentes em prol da igualdade civil, econômica e política entre mulheres e homens durante esse período. Ela foi uma das primeiras mulheres a concorrer em uma eleição em Trindade e Tobago.
Biografia
Beatrice nasceu em 1869 em em São João da Terra Nova, Terra Nova, Canadá.[1][2] Seus pais, que eram missionários escoceses, se mudaram com ela para Trindade e Tobago quando Beatrice tinha dezesseis anos. Posteriormente ela estudou na Índia, onde foi exposta às ideias da teosofia e ao trabalho de Katherine Mayo sobre a subjugação das mulheres indianas. Ao retornar para Trindade, em 1891, ela se casou com William Greig, e passou a morar com ele. Ao se tornar viúva muito jovem, Beatrice Greig se voltou ao ativismo e trabalho social.
Greig fundou a União de Clubes Femininos de Trindade e os ramos organizados em toda a ilha. Ela também trabalhou com o Sindicato dos Professores e o Partido Trabalhista de Trindade. A partir do final da década de 1920 Greig passou a contribuir com o East Indian Weekly, tornando-se uma ativista que dava voz às mulheres indo-trinitárias em questões como educação de meninas e casamento infantil. Ela também foi conselheira do missionário hindu Pandit Āyodhyā Prasād quando ele visitou a ilha e fundou o movimento Arya Samaj em Trindade e Tobago. Em 1927, quando a possibilidade de mulheres concorrerem a cargos no Conselho de Port of Spain estava sendo amplamente debatida, Greig fez um discurso denominado "A posição das mulheres na vida pública", argumentando que a população feminina estava pronta para servir e pagar impostos. Seus argumentos foram rejeitados pelo jornal Port of Spain Gazette, mas dois anos depois, as mulheres conquistaram o direito de servir. Em 1929 Greig era editora associada no The Beacon e escrevia uma coluna regularmente no The Library. Seus textos eram focados em questões sociais, como uma coluna de 1931 no Labor Leader sobre o envolvimento da religião no casamento civil e divórcio. Ela argumentou que, sem o divórcio, o casamento aprisionava as mulheres, permitindo que os homens usassem suas mulheres para sua conveniência.
Em 1936 Greig se tornou uma das três primeiras mulheres a concorrerem a um assento no Conselho Municipal. Embora ela fosse uma das cidadãs mais respeitadas e uma das vozes mais influentes pelos direitos das mulheres, seus documentos de qualificação foram rejeitados. Naquele mesmo ano ela fez uma apresentação, "A nova era e o lugar das mulheres nela", na Conferência das Assistentes Sociais das Índias Britânicas Ocidentais e da Guiana Britânica, organizada por Audrey Jeffers e pelo Círculo de Assistentes Sociais. No seu discurso, Greig argumentou que as mulheres possuíam habilidades mentais idênticas às dos homens e que, embora fossem frequentemente subordinadas e reprimidas, as mulheres estavam prontas para serem integradas de forma igualitária na sociedade.
Legado
Greig, ao lado de Gertrude Protain e Louise Rowley de Granada, May Farguharson e Una Marson da Jamaica, e Audrey Jeffers, ajudou a promover o feminismo pelo Caribe. Ela foi considerada uma das feministas mais importantes da sua era, e seu trabalho influenciou outras ativistas como Gema Ramkeeson.
Referências
Bibliografia
- Neptune, Harvey R. (2009). Caliban and the Yankees: Trinidad and the United States Occupation. Chapel Hill, North Carolina: University of North Carolina Press. ISBN 978-0-8078-6811-9
- Rajack-Talley, Theresa (outono de 2004). «Afro-Caribbean Women's Resistance to Race, Class, and Gender Domination». Atlanta, Georgia: National Council for Black Studies. International Journal of Africana Studies. 10 (2): 14–31. Consultado em 14 de março de 2016
- Ramkeesoon, Gema (1999). «Early Women's Organizations in Trinidad: 1920s to 1950s». In: Mohammed, Patricia; Shepherd, Catherine. Gender in Caribbean Development: Papers Presented at the Inaugural Seminar of the University of the West Indies, Women and Development Studies Project. [S.l.]: Canoe Press University of the West Indies. ISBN 978-976-8125-55-2
- Reddock, Rhoda (1990). «Feminism, Nationalism, and the Early Women's Movement in the English-Speaking Caribbean». In: Cudjoe, Selwyn Reginald. Caribbean Women Writers: Essays from the First International Conference. Amherst, Massachusetts: University of Massachusetts Press. ISBN 0-87023-732-2
- Reddock, Rhoda (abril de 2007). «Diversity, Difference and Caribbean Feminism: The Challenge of Anti-Racism» (PDF). Mona Campus, Jamaica: Centre for Gender and Development Studies, University of the West Indies. Diversity (1): 1–24. Consultado em 14 de março de 2016
- Reddock, Rhoda (1995). «The Early Women's Movement in Trinidad and Tobago - 1900-1937». In: Wieringa, Saskia. Subversive Women: Historical Experiences of Gender and Resistance. London, England: Zed Books. pp. 101–120. ISBN 978-1-85649-318-5
- Taylor, Patrick (2015). The Encyclopedia of Caribbean Religions. 1: A-L. Urbana, Illinois: University of Illinois Press. ISBN 978-0-252-09433-0
- «New York Passenger Arrival Lists (Ellis Island), 1892-1924: Beatrice Greig». FamilySource. Washington, D.C.: National Archives Record Service. 25 de maio de 1904. Consultado em 14 de março de 2016
- «New York Passenger Arrival Lists (Ellis Island), 1892-1924: Beatrice Greig». FamilySource. Washington, D.C.: National Archives Record Service. 24 de maio de 1910. Consultado em 14 de março de 2016