O tema da escultura, Ludovica Albertoni, era uma nobre romana que entrou para Ordem Terceira de São Francisco depois da morte do marido[2] e passou a viver uma vida piedosa, trabalhando para os pobres da região do Trastevere sob a liderança dos fradesfranciscanos da igreja de San Francesco, onde foi enterrada em 1533.[2] Um de seus descendentes, o cardealPaluzzo Paluzzi degli Albertoni, tinha um sobrinho que se casou com a sobrinha do papa Clemente X, que, por sua fez, formalmente adotou o cardeal como seu próprio sobrinho e permitiu-lhe que adotasse o sobrenome do papa, "Altieri".[2] O papa Clemente beatificou a ancestral do cardeal Albertoni que então encomendou uma grande reforma na capela dedicada a ela em San Francesco, que tornar-se-ia o local de sua veneração. Depois de várias artistas terem competido pela encomenda, a obra foi entregue para Bernini, que aceitou o projeto gratuitamente.[2][6] Ele já tinha 71 anos de idade quando começou e esta é uma de suas últimas esculturas.
Alguns estudiosos questionaram a data de 1671 como data de início, apresentando um documento que demonstra que Bernini teria comprado o mármore branco para a estátua em 7 de fevereiro de 1674, o que colocaria a data de início da obra no final de 1673, um prazo de execução de apenas 6 meses. A escultura foi concluída em 31 de agosto de 1674.[5]
Descrição
A figura da Beata Ludovica está instalada sobre o altar da Capela Altieri, do lado esquerdo da nave de San Francesco. Bernini projetou um contexto arquitetural que foca a atenção na escultura de mármore, emoldurando-a com um arco recortado na parede já existente, onde antes ficava uma pintura.[2] A figura principal, a beata, está ladeada por dois recessos instalados obliquamente pintados com afrescos pré-existentes de Santa Clara e da própria Ludovica, que aperece dando esmolas a um mendigo. A estátua é iluminada de ambos os lados por grandes janelas escondidas pelos recessos.[2]
A beata é apresentada deitada num colchão no momento de uma comunhão mística com Deus. As dobras de seu hábito refletem seu estado turbulento e sua cabeça está atirada para trás em direção de um travesseiro bordado no apoio para a cabeça.[2] Abaixo dela está esculpido um lençol bastante enrugado que cobre um sarcófago de mármore vermelho, onde Ludovida está sepultada. O painel atrás da estátual está esculpido com romãs estilizadas; corações em chamas decoram as bases das janelas.[2] Ela está rodeada por putti e esperando para ascender ao Espírito Santo.
Avery, Charles (1997). Bernini: Genius of the Baroque (em inglês). London: Thames and Hudson. ISBN0500092710
Bernini, Domenico (2011) [1713]. Franco Mormando, ed. The Life of Giano Lorenzo Bernini (em inglês). University Park: Penn State University Press. ISBN9780271037486
Hibbard, Howard (1971). Bernini (em inglês). New York: Pelican. ISBN9780140135985
Mormando, Franco (2011). Bernini: His Life and His Rome (em inglês). Chicago: University of Chicago Press. ISBN9780226538525
Peck, Linda Levy (2005). Consuming Splendor: Society and Culture in Seventeenth-Century England (em inglês). New York: Cambridge University Press. ISBN9780521842327
Perlove, Shelley Karen (1990). Bernini and the Idealization of Death: The Blessed Ludovica Albertoni and the Altieri Chapel (em inglês). University Park, Pennsylvania: The Pennsylvania State University Press. ISBN9780271014777
Wittkower, Rudolf (1955). Gian Lorenzo Bernini: The Sculptor of the Roman Baroque (em inglês). London: Phaidon Press. ISBN978-0801414305