Uma barca solar era na mitologia egípcia um navio onde viajavam os deuses.
Estas barcas eram representadas na arte de diferentes maneiras, conforme a divindade a elas associadas (por exemplo, existiam diferenças ao nível da proa e da popa, no tipo de remos, …).
Segundo o mito egípcio, o deus Rá deslocava-se numa barca pelo céu, "a barca de milhões de anos". De noite o deus tinha que atravessar o submundo noutra barca, sendo atacado pela serpente Apófis que queria destruir o navio. Contudo, Rá conseguia sair sempre vitorioso, ajudado por outros deuses que viajavam com ele, renascendo todos os dias de manhã e trazendo a luz que os humanos tanto necessitavam. Nos túmulos do Vale dos Reis muitas imagens evocam esta viagem noturna.
Em 1954 foi descoberta, junto à grande pirâmide de Guiza (ou Gizé), uma barca pertencente ao rei Quéops, da IV dinastia. Esta barca, construída em madeira de cedro, encontrava-se desmontada em 1224 peças, tendo sido necessários catorze anos para montá-la. Possui 43,6 metros de comprimento, com uma proa que se eleva a 5 metros e popa a 7 metros. Atualmente a barca foi transportada do museu construído no local onde foi encontrada para o novo museu do Cairo. De acordo com a mentalidade egípcia, esta barca deveria ser utilizada pelo rei na sua viagem pelo céu com o seu pai, o deus Rá.
Conhecem-se também vestígios de barcas solares em tijolo nos templos erguidos em Abu Gurab e Abusir na época da V dinastia que serviriam os mesmos propósitos, como a barca solar de Userkaf, com 30 metros de comprimento.