Exemplos de balas, da esquerda para direita: Balas spitzerencamisadas de metal de 7,5×55mm suíço, duas perfurantes e traçante (com ponta vermelha). As três balas à direita mostram a evolução da canelura desde 1889.
O termo "bala" historicamente se referia à pedra arredondada ou ovóide, ou projétil de metal, lançado por uma funda. O termo em inglês - bullet - advém do francês médio e se originou como o diminutivo da palavra "boulle" ("boullet"), que significa "bolinha".[2]
Anatomia de uma bala
Estas são as principais partes constituintes de uma bala:[3]
Obs 1: a "ogiva" da bala pode ser subdividida em: "ponta" e "ombro" (parte onde o "corpo" da bala se inicia).
Obs 2: as balas são, muitas vezes, chamadas coloquialmente no Brasil de "pontas".[4]
Histórico
Embora o primeiro registro de uso de pólvora na Europa tenha sido em 1247, ela foi inventada na China durante o século IX. O canhão apareceu em 1327. Mais tarde, em 1364, o canhão de mão apareceu. Os primeiros projéteis eram feitos de pedra. Eventualmente, foi descoberto que a pedra não penetraria nas fortificações de pedra, o que levou ao uso de metais mais densos como projéteis. Projéteis de canhão de mão foram desenvolvidos de maneira semelhante. A primeira ocorrência registrada de uma bola de metal disparada de um canhão de mão ter penetrado uma armadura foi em 1425.[5] Balas recuperadas dos destroços do Mary Rose (naufragado em 1545, içado em 1982) são de tamanhos diferentes, e algumas são de pedra, enquanto outras são de ferro fundido.[6]
O desenvolvimento da colubrina manual e do arcabuz de fecho de mecha possibilitou o uso de bolas de chumbo fundidas como projéteis. A bala de mosquete redonda original era menor do que o cano. No início, ela era colocada no cano apenas apoiada sobre a pólvora. Posteriormente, algum tipo de material foi usado como "enchimento" entre a bala e a pólvora e também sobre a bala para mantê-la no lugar,[7] para segurar a bala firmemente no cano e contra a pólvora. Balas não firmes sobre pólvora corriam o risco de fazer explodir o cano, devido ao efeito conhecido como "short start" ("início curto").[8]
A primeira metade do século XIX viu uma mudança distinta na forma e na função da bala. Em 1826, Henri-Gustave Delvigne, um oficial de infantaria francês, inventou uma culatra com "ombros" acentuados na qual uma bala esférica era cravada até atingir as ranhuras do cano. O método de Delvigne, entretanto, deformava a bala e era impreciso.
Características
As balas são feitas de uma variedade de materiais, como cobre, chumbo, aço, polímero, borracha e até cera. As balas estão disponíveis isoladamente, para armas de "antecarga" como mosquetes ou armas de espoleta de percussão[9] - ou estão disponíveis como componentes dos cartuchos de papel,[10] e mais recentemente dos cartuchos metálicos.[11] As balas são feitas em várias formas e construções, dependendo das aplicações pretendidas, incluindo funções especializadas como caça, tiro ao alvo, treinamento e combate.
Embora a palavra bala seja freqüentemente usada em linguagem coloquial para se referir ao cartucho, uma bala não é um cartucho, mas um dos componentes dele.[12] Um cartucho é um pacote combinado composto de: estojo (que mantém os demais componentes unidos), espoleta (que inflama o propelente), propelente (que fornece a maior parte da energia para lançar o projétil) e a bala (que é um tipo de projétil).[13] O uso do termo bala quando se pretende descrever um cartucho geralmente causa confusão quando os componentes de um cartucho são referenciados de maneira específica.
Os tamanhos das balas são expressos por seus pesos e diâmetros (denominados "calibres") nos sistemas de medição imperial[14] e métrico. Por exemplo: balas de 55 grãos ("grains") de calibre .222 podem ser identificadas como sendo balas de 3,56 gramas e calibre 5,56 mm.
↑Office of the Attorney General (Junho de 2020). «Firearm SafetyCertificate - STUDY GUIDE»(PDF) (em inglês). California Department of Justice. 25 páginas. Consultado em 23 de julho de 2020