Augusto Luís Vieira Soares (São João do Souto, Braga, 5 de outubro de 1873 — Vizela , 7 de junho de 1954) foi um advogado, professor do Instituto dos Pupilos do Exército e administrador de empresas, filiado no partido Republicano Português, que exerceu diversos cargos políticos de relevo, entre os quais o de Procurador-Geral da República, de governador civil, de Ministro da Justiça e de Ministro dos Negócios Estrangeiros em vários governos. Ocupava o lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros quando ocorreu a declaração de guerra com a Alemanha, a 9 de março de 1916.[1]
Biografia
Nasceu em São João do Souto, concelho de Braga, filho de João Pedro Soares e de sua esposa, Maria Madalena Vieira. Acabado o ensino liceal, parte para Coimbra, formando-se em Direito, com apenas 24 anos. Durante a sua passagem pela Universidade de Coimbra aderiu aos ideais republicanos, o que o levou a ser preso em 1908.
Foi um dos mais persistentes membros dos governos republicanos, pois voltou a assumir a pasta dos Negócios Estrangeiros no 11.º governo republicano, presidido por José de Castro, emfunções de 17 de maio a 29 de novembro de 1915, sobrevivendo à queda daquele governo e transitando para o 12.º governo republicano, presidido por Afonso Costa, em funções de 29 de novembro de 1915 a 15 de março de 1916. Voltou a permanecer no governo aquando da transição para o 13.º governo republicano, o Ministério da União Sagrada, presidido por António José de Almeida, em funções de 16 de março de 1916 a 25 de abril de 1917, transitando novamente para o 14.º governo republicano, liderado por Afonso Costa, em funções de 25 de abril a 8 de dezembro de 1917. Ocupava o lugar de Ministro dos Negócios Estrangeiros quando ocorreu a declaração de guerra com a Alemanha, a 9 de março de 1916, permanecendo nas funções ao longo de todo o período crítico da entrada de Portugal na Primeira Guerra Mundial, o que explica a sua sobrevivência naquela pasta apesar das repetidas mudanças de governo.
Por disposição testamentária da sua viúva, em dezembro de 1967 foi registada a Fundação Torres Soares, com fins filantrópicos, que operou o Asilo Torres Soares, hoje Lar Torres Soares, em Vizela.[5]