O etíope Tamirat Tola ganhou a medalha de ouro, estabelecendo o novo recorde olímpico (2h06min26s), seis segundos mais rápido do que o antigo recorde olímpico, que pertencia a Samuel Wanjiru em Pequim 2008. A prata ficou com o belga Bashir Abdi (2h06min47s) e a medalha de bronze ficou com o queniano Benson Kipruto (2h07min00s).[2][3]
Antecedentes
O atleta queniano Kelvin Kiptum, que havia quebrado o recorde mundial em 2023, era um dos favoritos para vencer a competição. No entanto, em fevereiro de 2024, Kiptum morreu aos 24 anos em um acidente de carro no Quênia.[4]
O único representante do Brasil classificado, Daniel Nascimento, não pôde competir após testar positivo para três substâncias proibidas: drostanolona, metenolona e nandrolona, que são hormônios anabolizantes.[5] Os representantes lusófonos na prova foram o cabo-verdiano Samuel Freire e o português Samuel Barata.[6][7]
Para cumprir com o limite de 80 atletas imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a World Athletics estreou um novo sistema de qualificação antes dos Jogos. Cada Comitê Olímpico Nacional (CON) seria elegível para enviar três atletas para competir na maratona; no entanto, cada vaga deveria ser "desbloqueada" de uma das três maneiras entre 6 de novembro de 2022 e 30 de abril de 2024. Para desbloquear vagas garantidas para seu CON, os atletas deveriam correr abaixo de 2h08min10s em uma corrida qualificada dentro do período de tempo determinado. Os atletas também poderiam desbloquear uma vaga para seu país ficando entre os cinco primeiros em uma corrida de nível platina da World Athletics ou alcançando uma classificação alta o suficiente no ranking mundial. Os rankings mundiais foram usados para preencher quaisquer inscrições não alocadas para vagas desbloqueadas por tempo. Depois que as vagas fossem desbloqueadas para um CON, esta poderia selecionar atletas para preencher suas vagas como achasse adequado. Embora qualquer atleta pudesse ser designado para uma vaga desbloqueada, ele deveria ter atingido pelo menos o "Tempo de Realocação de Cota" de 2h11min30s.[8][9]
Os CONs também poderiam usar um lugar de universalidade na maratona. Qualquer CON sem atleta qualificado poderia inscrever seu corredor mais bem classificado na maratona, independentemente dos padrões de qualificação.[10][11][12]
Nos primeiros 5 km, o campeão mundial de 2023 da maratona Victor Kiplangat passou na liderança, com o chinês Yang Shaohui em segundo. Após os 10 km, esses atletas se mantiveram à frente, mas com as posições invertidas. Vindo de trás, o italiano Eyob Faniel passou nos 15 km e 20 km na liderança. Já na metade da prova, o etíope Tamirat Tola já despontou na primeira posição, se mantendo no pelotão da frente. Nos últimos 12 km, Tola começou a correr isolado na liderança, posição que manteve até o fim, garantindo a medalha de ouro e o recorde olímpico. Essa foi a segunda medalha olímpica do atleta da Etiópia, que havia ganhado a medalha de bronze nos 10 000 m nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.[14]
Bashir Abdi, atleta nascido na Somália e naturalizado belga, ultrapassou Deresa Geleta após os 35 km e assumiu a segunda posição. Conseguiu manter a posição, garantindo a medalha de prata. Benson Kipruto assumiu a terceira posição e ainda chegou a atacar Abdi, mas não obteve sucesso, e acabou ficando com a medalha de bronze.[14]
O bicampeão olímpico da prova e ex-recordista mundial, o queniano Eliud Kipchoge, se manteve no pelotão da frente nos 15 km iniciais, mas após ficar para trás, acabou abandonando a prova perto dos 30 km. Durante a prova, Kipchoge levou a mão ao quadril em diversos momentos.[2]Kenenisa Bekele, campeão olímpico dos 10 000 m (2004 e 2008) e dos 5 000 m (2004) terminou no 39º lugar.[14]
Resultados
A prova ocorreu em 10 de agosto, começando às 8h00 locais.[15]