Hiroshige percorreu a Tōkaidō em 1832, integrado numa delegação oficial que transportava cavalos para serem entregues à corte imperial,[1] uma oferta anual do shogun em reconhecimento do estatuto divino do imperador.[2]
As paisagens que observou ao longo da jornada impressionaram profundamente o artista, tendo criado numerosos esboços durante a viagem, bem como aquando do regresso. Após tornar a casa Hiroshige começou imediatamente a trabalhar nas primeiras telas d' As Cinquenta e Três Estações da Tōkaidō.[1] Acabando por produzir um total de cinquenta e cinco telas para compor a série: uma para cada estação, mais uma para o local de início e outra para o término.
A primeira obra da série foi publicada conjuntamente pelas casas Hoeido e Senkakudo, com a primeira a tratar de todas as seguintes edições sozinha.[1] Este estilo de blocos de madeira eram comummente vendidos por doze a dezasseis moedas de cobre cada, aproximadamente o mesmo preço que uma tigela de sopa ou umas sandálias de palha.[3] O sucesso d' As Cinquenta e Três Estações da Tōkaidō afirmou Hiroshige como o mais proeminente e bem-sucedido criador de ukiyo-e da era Tokugawa[4]
Durante a sua estadia em Paris, Vincent Van Gogh foi um coleccionador ávido de ukiyo-e, juntando com o seu irmão uma colecção de várias centenas de gravuras compradas na galeria de S. Bing, onde se incluiam trabalhos de As Cinquenta e Três Estações da Tokaido[5]. Van Gogh incorporou elementos estilísticos da sua colecção nos seus próprios trabalhos, tais como cores brilhantes, detalhes naturais e perspectivas não-convencionais.[6] Chegando a afirmar na sua correspondência pessoal "...todo o meu trabalho é baseado em arte japonesa...", tendo descrito os impressionistas como "os japoneses de França".[7]
O arquitecto Frank Lloyd Wright foi também um colecionador entusiasta dos trabalhos de Hiroshige, incluindo alguns de As Cinquenta e Três Estações da Tōkaidō. Em 1906, organizou a primeira retrospectiva de sempre do trabalho de Hiroshige no Art Institute of Chicago, descrevendo-os no catálogo da exposição como algumas "das mais valiosas contribuições alguma vez feitas para a arte mundial".[8] Dois anos depois voltou a ceder elementos da sua colecção pessoal para uma outra exibição no Art Institute. Wright também projectou o espaço da galeria destinado à exposição, que foi na altura a maior de sempre do seu tipo.[8]
↑Goldberg, Steve. "Hiroshige" in Lives & Legacies: An Encyclopedia of People Who Changed the World - Writers and Musicians, Ed. Michel-André Bossy, Thomas Brothers & John C. McEnroe, p.86. Greenwood Press, 2001. ISBN 1-57356-154-1
↑Edwards, Cliff. Van Gogh and God: A Creative Spiritual Quest", p. 90. Loyola Press, 1989. ISBN 0-8294-0621-2