Arcádia (em grego, Αρκαδία) era uma província da antiga Grécia. Com o tempo, se converteu no nome de um país imaginário, criado e descrito por diversos poetas e artistas, sobretudo do Renascimento e do Romantismo. Neste lugar imaginário reina a felicidade, a simplicidade e a paz em um ambiente idílico habitado por uma população de pastores que vivem em comunhão com a natureza, como na lenda do nobre salvagem. Neste sentido possui quase as mesmas conotações que o conceito de Utopia ou o da Idade do ouro. Os habitantes foram muitas vezes considerados como tendo continuado a viver à maneira da Idade de Ouro, sem o orgulho e a avareza que corrompeu outras regiões.[1]
O tema é parte de mitos da Grécia antiga e era mencionado nos contos e nos discursos de alguns sábios como exemplo de vida.
tem permanecido como um tema artístico desde a antiguidade, tanto nas artes visuais como na literatura. Imagens de belas ninfas e paisagens pastoris têm sido uma frequente fonte de inspiração de pintores e escultores. A mitologia grega serviu ao poeta latino Virgílio para escrever suas Bucólicas, uma série de poemas situados em Arcádia. Virgílio influenciou por sua vez a literatura europeia medieval (ver, por exemplo, a Divina Comédia). No Renascimento, Arcádia passa a ser o símbolo da simplicidade pastoril e escritores da altura de Garcilaso de la Vega tratam frequentemente o tema, assimilando-o ao próprio paraíso. A diferença da Utopia de Thomas Morus, que é um artefato do homem, Arcádia é apresentada como o resultado espontâneo de um modo de vida natural, não corrompido todavia pela civilização. É mencionada, também, por Cecília Meireles, poetisa brasileira, em seu "Romanceiro da Inconfidência".