Anne Cauquelin é filósofa e artista visual, além de romancista e ensaísta. Em sua busca de capturar e esclarecer a arte contemporânea e seu contexto, elaborou pesquisas de visão panorâmica, principalmente dos regimes da arte e suas mudanças do moderno ao contemporâneo.
É doutora e professora emérita em filosofia estética na Université de Picardie e Université Paris Nanterre, foi redatora-chefe da revista Revue d'Esthétique, sendo autora de Potamor, Cineville e Les prisons de César, e de abordagem profunda, elaborou ensaios sobre arte e filosofia, as quais são descritas pela crítica como “um banquete para a mente”.
Entre diversas publicações destacam-se: A invenção da Paisagem (2004), Teorias da Arte (1998), Aristóteles (1994) e Arte Contemporânea: Uma Introdução (1992).
Anne Cauquelin
Nascimento
Nacionalidade
Formação
14 de janeiro de 1926
Francesa
Université Paris Nanterre
Atividades
Filósofa, pintora, teórico da arte, artista visual, professora universitária, escritora, professora, universitária, editora, ensaísta, crítica de arte
Trabalhou para
Université Paris-Nanterre
Université de Picardie
Nouvelle Revue d'esthétique
Biografia
Pesquisas
Doutora em Filosofia, Anne Cauquelin defende a tese intitulada Urbanisme: proposition pour une approche oblique, sob a direção de Mikel Dufrenne (1976).[1] Entre 2001 a 2011 trabalhou como editora-chefe da Nouvelle revue d'école.
Neste jogo, o artista desaparece, o público, ou seja, o teórico da arte, o crítico de arte, o esteta, o amador, não encontra aí os marcadores do seu património cultural.[3]
Perspectivas teóricas
Desde seus primeiros trabalhos, Anne Cauquelin se aprofunda nos usos do espaço urbano e arquitetônico, de Versalhes às novas cidades, sem excluir as favelas. Evoca também as alegrias e maldições do Ratp,[5] das ruas e dos bistrôs;[6] estes lugares comuns aos habitantes das cidades.
Notando, também, que o planeamento urbano é uma superfície de inscrição e que as sociedades ali erguem, em camadas, monumentos à sua própria memória e aos seus mortos [8] . Ela destaca os recursos contraditórios da doxa, que descreve como o inverso de Ciência, representando opinião, boato e grau quase zero de conhecimento, até mesmo, um falso conhecimento, — a doxa antiga e a doxa moderna através de seus avatares que são as novas tecnologias de comunicação – que pode criar boatos ou frustrar representações, inclusive racionais, mas desempenha um papel.
Ela também desenvolve uma reflexão sobre o fragmento (ou fragmentos) que conduzem por associação de ideias, conexões, paradas e retornos do pensamento à interpretação teórica (Court traité du fragment. Usages de l'œuvre d'art, Aubier 1999), ela retorna ao papel da doxa na estética julgamento que desempenha o papel de Vulgata na abordagem da arte contemporânea.
Segundo Jean-Philippe Catonné, Anne Cauquelin está particularmente interessada em “o que o impede de apreciar a arte contemporânea",[3] nomeadamente "uma crençà a priori, uma disposição geral para acreditar em algo como arte". Uma expectativa de prazer estético, essa expectativa só pode ser frustrada, pois “a arte contemporânea tende a mover as fronteiras" de arte e não-arte, e "portanto necessariamente decepcionar".[3]
Anne Cauquelin desenvolve assim uma reflexão sobre a noção significativa de paisagem10 como um à priori não natural, constitutivo das percepções entre o espectador ocidental, descrita em L’invention du paysage (A invenção da paisagem, 1989). Em que a perspectiva da paisagem condicionou fortemente a nossa abordagem perceptiva, a tal ponto que nós vemos o mundo na paisagem 11. Segundo a autora, a arte orienta assim, a nossa percepção da natureza 12.
O seu interesse pela arte criada em espaços virtuais, pela arte online, pela arte em rede, pelo Gerador Poiético e pelos seus novos dispositivos espaço-temporais, levou-a continuar pensar nas ligações entre o sítio e a paisagem (O sítio e a paisagem, 2002 - Le site et le paysage).
Questionou também as especificidades do jardim, em que a paisagista mantém uma relação discreta com a “historicidade da paisagem” e que define como uma obra aberta, onde natureza e cultura se cruzam; o jardim é uma composição de espaço mas também de tempo, mais do processo do que do resulta. O espaço é finito, fragmentado e trabalhoso face à paisagem [natural], imagem de uma distância que sugere o infinito. (Pequeno tratado sobre o jardim comum, 2003 - Petit traité du jardin ordinai). Quanto à Land art, o seu material é a natureza que se trata de “despaisagem”.
↑Pour certains, la ville ne figurerait plus que comme une image de l'histoire alors que, pour d'autres, la ville devenue « lisse », réduite à la transparence [du virtuel], survivrait au travers de [ses] « reliques »..[7]