Angelo Agostini (Vercelli, 8 de abril de 1843 — Rio de Janeiro, 28 de janeiro de 1910) foi um desenhista ítalo-brasileiro que firmou carreira no Brasil e foi o mais importante artista gráfico do Segundo Reinado. Sua carreira teve início quando estouravam os primeiros combates da Guerra do Paraguai (1864) e prolongou-se por mais de quarenta anos. Em seus últimos trabalhos, testemunhou a queda do Império e a consolidação da República oligárquica.
Em 1864 deu início à carreira de cartunista, quando fundou o Diabo Coxo, o primeiro jornal ilustrado publicado em São Paulo, e que contava com textos do poeta abolicionista Luís Gama. Este periódico, apesar de ter obtido repercussão, teve duração efêmera, sendo fechado em 1865. O artista lançou, no ano seguinte (1866) o Cabrião, cuja sede chegou a ser depredada, devido aos constantes ataques de Agostini ao clero e às elites escravocratas paulistas. Este periódico veio a falir em 1867.
O artista mudou-se para o Rio de Janeiro, onde prosseguiu desenvolvendo intensa atividade em favor da abolição da escravatura, pelo que realizava diversas representações satíricas de D. Pedro II.
No Rio de Janeiro o artista, já casado, se envolveu em novas complicações ao se tornar amante de sua aluna, Abigail de Andrade, natural de Vassouras, no Rio de Janeiro. Artista promissora, única mulher a receber uma medalha de ouro por trabalhos expostos no Salão Imperial de 1884, Abigail recebeu elogios por parte dos críticos da época.
O relacionamento amoroso, a gravidez e o nascimento em 1888 da filha Angelina causaram um grande escândalo na cidade e obrigaram o casal a partir para Paris em outubro daquele ano. Na França um novo drama envolveu Agostini: em abril de 1890 nasceu seu filho, Angelo, que morreu ainda bebê e, logo depois, a mãe. Angelo Agostini retornou então ao Rio de Janeiro com a filha, que mais tarde se tornaria pintora, vindo a falecer em 1973.
Em sua volta ao Brasil, Agostini fundou a revista Don Quixote (1895-1906) e trabalhou na revista O Tico Tico, retomando o personagem Zé Caipora, que teria suas histórias publicadas até dezembro de 1906. Trabalhou ainda n'O Malho e na Gazeta de Notícias, entre outros.