Amelia Alderson nasceu em 12 de novembro de 1769, filha única do médico James Alderson e de Amelia Briggs de Norwich.[1] Graças a educação recebida de sua mãe, Opie esteve inclinada a cuidar daqueles que vinham de meios menos privilegiados. Depois da morte de sua mãe em 31 de dezembro de 1784, assumiu o papel de dona de casa e acompanhante seu pai, permanecendo ao seu lado até a morte dele em 1807.[2]
Segundo o biógrafo de Opie, ela "era vivaz, atraente, interessada em roupas elegantes, educada com talentos polidos e tinha vários admiradores". Era prima do juiz Edward Hall Alderson, com quem manteve correspondência durante toda sua vida, e também era prima do artista Henry Perronet Briggs. Opie herdou princípios radicais e foi uma ardente admiradora de John Horne Tooke. Era próxima dos ativistas John Philip Kemble, Sarah Siddons, William Godwin e Mary Wollstonecraft.
Carreira literária
Opie passou sua juventude escrevendo poesia, peças de teatro e organizando apresentações de teatro amador.[1]
Completou um romance em 1801 titulado Father and Daughter (Pai e Filha). Caracterizado como uma mostra de genuína fantasia e pathos, o romance trata da virtude enganada e da reconciliação familiar. Após a publicação dessa obra, Opie começou a publicar com regularidade. Seu volume de Poemas, publicado em 1802, teve seis edições. Incentivada pelo seu marido a continuar escrevendo, publicou Adeline Mowbray (1804), que explora a educação da mulher, o casamento e a abolição da escravidão. Este romance em particular caracteriza-se por abordar a história da antiga amiga de Opie, Mary Wollstonecraft, cuja relação com o estadunidense Gilbert Imlay fora do matrimônio causou algum escândalo, assim como seu posterior casamento com o filósofo William Godwin. Antes de seu casamento, Godwin havia argumentado contra o casamento, pois o enxergava como uma instituição pela qual as mulheres eram possuídas como propriedade, mas quando Wollstonecraft ficou grávida dele, eles se casaram apesar de suas crenças anteriores. No romance, Adeline envolve-se com um filósofo que tem uma postura firme contra o casamento. O romance também aborda o sentimento abolicionista através da história de uma mulher mestiça e de sua família, a qual Adeline salva da pobreza utilizando seus próprios limitados recursos. Opie também publicou: Simple Tales (1806), Temper (1812), Tales of Real Life (1813), Valentine's Eve (1816), Tales of the Heart (1818) e Madeline (1822). Em 1808 publicou The Warrior's Return and other poems.[3]
Em 1825, Opie uniu-se à Sociedade Religiosa dos Amigos, devido à influência de Joseph John Gurney e suas irmãs, seus amigos e vizinhos há muito tempo em Norwich, apesar das objeções feitas por seu pai recentemente falecido. Passou o resto de sua vida principalmente viajando e trabalhando com organizações beneficentes. Nesse meio tempo, publicou um poema antiescravista intitulado The Black Man's Lament em 1826 e um volume de poemas devocionais, Lays for the Dead, em 1834.[3] Opie trabalhou com Anna Gurney para fundar uma Sociedade de Damas Antiescravistas em Norwich.[4] Esta sociedade organizou uma petição com 187.000 nomes, que foi apresentada ao parlamento. Os dois primeiros nomes da petição foram Amelia Opie e Priscilla Buxton.[2]
Tong, Joanne (2004). «The Return of the Prodigal Daughter: Finding the Family in Amelia Opie's Novels». Studies in the Novel (em inglês). 36:4: 465–483. JSTOR29533647