O Amanhã[1] foi um telejornal noturno produzido e exibido pela TV Globo, na segunda metade da decada de 1970.[1] Editado por Fábio Castilho e Fábbio Perez, estreou em 19 de maio de 1975, sob o comando de Carlos Campbell e Márcia Mendes, substituindo o Jornal Internacional, trazendo uma proposta ousada em termos de linguagem, rompendo com algumas convenções do telejornalismo tradicional, sendo de certa forma parecido com o Jornal de Vanguarda. O Amanhã ia ao ar às 22h40, em edição nacional. Ficou no ar até 30 de março de 1979, quando foi substituído pela segunda fase do Jornal da Globo.[2]
História
O Amanhã estreiou em 19 de maio de 1975, às 22:40h, sob o comando de Márcia Mendes e Carlos Campbell, de segunda à sexta. A proposta era de um telejornal moderno para os padrões da época, trazendo uma linguagem de diálogo entre os apresentadores. O cenário, com banquetas de acrílico transparentes e a posição das câmeras, com ângulos que permitissem a visualização dos âncoras em um único plano também foram algumas das novidades.[4] As novidades do Amanhã passaram a ser aplicadas em outros programas jornalísticos com o passar do tempo. [4]
O telejornal era dividido em três blocos, abordando assuntos considerados polêmicos, com a exibição de reportagens em formato de seriado.[3] Dois quadros do telejornal ganharam notoriedade, o Notícias de Gente e Frases do Dia. Em 08 de maio de 1976, o Amanhã ganha mais tempo no ar e passou a ser exibido por 30 minutos, além de ser exibido em novo horário, às 23:30h. O cenário também sofreu alterações, como a substituição das banquetas de acrílico transparentes por módulos de aço mais resistentes.[3]
Em entrevista ao Memória Globo, um dos editores do Amanhã, o jornalista Ronan Soares, afirmou que o telejornal exibia manchetes que, frequentemente, não iam ao ar no Jornal Nacional, que tratavam de assuntos mais críticos, sendo mais propícios à censura do Regime Militar.[5]
Em 1977, a dupla Márcia Mendes e Carlos Campbell eram deslocados para o Fantástico. No lugar de Márcia e Carlos, Sérgio Chapelin foi escalado para assumir o Amanhã. Com a mudança , o telejornal passou a ser exibido mais cedo, às 22:35h.[3] Chapelin ficou no telejornal até ser substituído por Leda Nagle, em 1979.[3]
A última edição do Amanhã foi exibida em 30 de março de 1979, quando foi substituído pelo Jornal da Globo[2], que retornava ao ar depois de dez anos.[6]