O artista é considerado o "pai da pintura paranaense”.[2]
Biografia
Filho do Capitão da Marinha Mercante Tobias Andersen e de Hanna Carine Andersen, Alfredo aos 13 anos pintou sua primeira tela: “Akt”.
Iniciou aos 17 anos os estudos na Academia de Belas-Artes de Cristiânia (atualmente Oslo), como aluno de Wilhelm Krogh, conhecido pintor na Noruega. Frequentou depois a Real Academia de Belas Artes de Copenhague, na Dinamarca, entre 1879 e 1883, onde foi, posteriormente, professor de Desenho.
Em 1884, realizou sua primeira exposição individual.
Fez uma viagem aos trópicos, a bordo de um veleiro, chegando até a costa brasileira, que o impressiona, pintando uma tela no porto de Cabedelo, na Paraíba. Posteriormente, decidiu voltar à América, mais especificamente a Buenos Aires, mas ao passar em Paranaguá, onde seu barco parou em função de reparos, simpatizou com o lugar e decidiu ficar no Brasil.
Em Paranaguá conheceu Anna de Oliveira, uma jovem vinte e cinco anos mais moça, descendente de índios Carijó. Desse relacionamento nasceram quatro filhos.
Após 1902, foi para Curitiba, onde fundou uma escola de desenho e pintura. Posteriormente, foi professor de desenho da Escola Alemã e do Colégio Paranaense, e diretor das aulas noturnas da Escola de Artes e Indústrias.[3]
Em 1907, realizou uma primeira individual em Curitiba, com 18 óleos, sendo quatro retratos, e os restantes, paisagens e figuras. Seguiram-se várias outras exposições em Curitiba (1914, 1920, 1923 e 1930), no Rio de Janeiro (1918), e em São Paulo (1921).
Participou do Salão de Belas Artes, conquistando menção honrosa (1916) e medalha de bronze (1933).
O governo norueguês lhe ofereceu a direção de uma Escola de Belas Artes, em 1927, mas após um ano regressou ao Paraná, trazendo entre outros o seu “Retrato de Knut Hamsun”, atualmente na Galeria Nacional da Noruega.
Ao completar 71 anos, em 3 de novembro de 1931, Andersen foi agraciado com o diploma de Cidadão Honorário de Curitiba pelos relevantes serviços prestados à arte do Paraná, primeiro título concedido a alguma personalidade pela Câmara Municipal.
Pintou, em 1932, seu mais conhecido auto-retrato, que passou a pertencer ao acervo do Museu Nacional de Belas Artes.
Andersen chegou a ser chamado o “Pai da Pintura Paranaense”[4]
Faleceu a 9 de agosto de 1935, em sua residência-ateliê, mais tarde transformada no Museu Alfredo Andersen.
A Sociedade Amigos de Alfredo Andersen (SAAA) foi fundada em 3 de novembro de 1940 com o objetivo de preservar e promover o legado de Alfredo Andersen. A iniciativa partiu de amigos e admiradores do artista, como João Turin, Oswald Lopes, Freyesleben, Theodoro De Bona, entre outros. A Sociedade teve papel essencial na preservação de sua obra.
Em 1947, a SAAA impulsionou a desapropriação do imóvel onde Andersen viveu, com objetivo de preservar a memória do artista.[5]
Em 1959, o Museu foi oficialmente criado passando a se chamar Casa de Alfredo Andersen - Escola e Museu de Arte. Mais tarde o prédio foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado e, em 1979, passou a denominar-se Museu Alfredo Andersen.
Formação
Sua formação artística ocorre em Oslo (Noruega), estudando com Wilhelm Krogh, Peter Eilaifson, Carl A. Andersen e o pintor regionalista Olaf W. Isaachsen. Entre 1879 e 1883, estudou como bolsista na Academia Real de Belas Artes.[6][7]
Cronologia
1874/1877 - Oslo (Noruega) - Assistente no ateliê de Wilhelm Krogh, trabalha como pintor de terracota e desenhista cenógrafo.
1902 - Curitiba/PR - Em seu próprio ateliê, funda uma escola particular de desenho e pintura, que terá importante atuação na formação de vários artistas paranaenses.
1903/1909 - Curitiba/PR - Professor de desenho da Escola Alemã e do Colégio Paranaense.
1909 - diretor das aulas noturnas da Escola de Belas Artes e Indústria.
1927 - Noruega - Viaja para esse país, hospedando-se na casa de Wilhelm Krogh, e retorna ao Brasil no ano seguinte.
1931 - Curitiba/PR - Recebe o título de Cidadão de Curitiba
1951 - Curitiba/PR - É homenageado através da exposição de alguns óleos no 4º Salão de Belas Artes do Club Concórdia
1960 - Curitiba/PR - Homenagem no 17º Salão Paranaense de Belas Artes no centenário de seu nascimento, na Biblioteca Pública do Paraná.
↑Vieira, Carlos Eduardo, ed. (2007). Intelectuais, educação e modernidade no Paraná (1886-1964). Col: Série Pesquisa / UFPR. Curitiba, Paraná, Brasil: Editora UFPR, Universidade Federal do Paraná