Alexandre de Feras
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Nascimento
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século IV a.C.
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Morte
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358 a.C.
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Cidadania
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Feras
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Ocupação
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governante
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Alexandre foi tagus (déspota) da cidade de Feras, Tessália, que governou a partir de 369 a.C. a 358 a.C. Ele era o filho do tirano Jasão de Feras,[1] assassinado em 370 a.C..
Ascensão
Segundo Xenofonte, ele sucedeu a Pólifron; Alexandre teria matado este para vingar a morte de Polidoro de Feras e para acabar com a tirania de Pólifron.[2] Segundo Diodoro Sículo, ele sucedeu a seu tio, Polidoro de Feras, envenenado por Alexandre durante uma disputa sobre quem bebia mais.[1]
Tirania
A tirania de Alexandre fez com que os alévadas de Larissa invocassem a ajuda de Alexandre II da Macedônia,[3] cuja intervenção foi bem sucedida; o macedônio, porém, em vez de libertar as cidades da Tessália, guarneceu-as com tropas macedônias e tomou-as para si.[4]
Os tessálios recorreram então a Tebas. Pelópidas, que foi enviado para a sua assistência, foi deslealmente preso e jogado na prisão (368 a.C.).
Alexandre fez uma trégua com os cidadãos de Escotussa, e, quando eles estavam reunidos em assembleia, matou todos com seus mercenários e arqueiros, massacrando em seguida os homens sobreviventes, pilhando a cidade e vendendo como escravos as mulheres e crianças.[5][6] Isso ocorreu, segundo Pausânias, em 371 a.C. (no ano da 102a Olimpíada),[7] ou, segundo Diodoro Sículo, em 367 a.C. (cálculo baseado nos arcontes de Atenas).[6]
Foi, então, necessário enviar Epaminondas com um grande exército para garantir a liberdade de Pelópidas.
A conduta de Alexandre causou ainda uma nova intervenção. Em 364 a.C.[Nota 1] ele foi derrotado em Cinoscéfala pelos tebanos, embora a vitória tenha custado a perda de Pelópidas, que caiu na batalha.[8] Alexandre, após a derrota, perdeu o controle de todas as cidades da Tessália, ficando apenas com Feras, e como aliado dos beócios.[9]
Alexandre[quando?] atacou as Cíclades com navios piratas, e sitiou Pepareto.[10] Os atenienses enviaram Leóstenes no comando da frota ateniense, porém após um ataque de surpresa de Alexandre os atenienses foram derrotados,[11] e Leóstenes foi condenado à morte em Atenas.[12] O comando ateniense passou para Carés, porém este evitou o combate e fez tantos atos ilegais que desacreditou a democracia ateniense diante dos seus aliados.[12]
Morte
Alexandre morreu assassinado por sua esposa Tebe e pelos seus cunhados, Lícofron, Pitolau e Tisífono.[13][14][Nota 2] Foi sua própria esposa que planejou seu assassinato;[2] ela reportara aos irmãos que Alexandre pretendia matá-los, fez Alexandre se embriagar e dormir,[15] e praticamente forçou os irmãos a matarem Alexandre enquanto ele dormia.[15][16] Um deles então pegou o pé de Alexandre, outro levantou sua cabeça pelo cabelo e o terceiro matou-o com a espada.[17] Segundo Plutarco, sua morte foi rápida e melhor do que ele merecia, mas por ter sido o primeiro e único tirano a morrer pelas mãos de sua esposa, e como seu corpo foi vilipendiado após sua morte, ele parece ter sofrido o que seus atos ilegais mereciam.[17] Xenofonte apresenta várias causas para o ódio da esposa contra Alexandre; em uma versão, foi porque Alexandre tinha um favorito, e a esposa pediu para ele ser solto, mas Alexandre o matou; outra versão seria que Alexandre teria procurado a esposa de Jasão, em Tebas, para se casar com ela, porque a sua esposa não tinha filhos.[18][Nota 3]
Sucessão
Segundo Xenofonte, o governo de Feras foi entregue a Tisífono, o irmão mais velho.[18] No início, os irmãos foram aclamados como tiracinidas, mas em seguida corromperam os mercenários e se estabeleceram como tiranos, matando os opositores;[13] para se livrar dos tiranos, uma facção dos tessálios chamada de alévadas pediu ajuda do rei da Macedônia, Filipe (mais tarde aclamado como Filipe, o Grande), que libertou a Tessália dos tiranos, o que fez com que a Tessália fosse, daí em diante, uma nação confederada de Felipe e seu filho Alexandre.[19]
Notas e referências
Notas
- ↑ A batalha pode ser datata por causa de um eclipse solar que ocorreu um pouco antes, em 13 de julho de 364 a.C., e que, após a morte de Pelópidas, foi interpretado como sendo a previsão da sua morte
- ↑ Diodoro Sículo não cita Pitolau entre os tiranicidas
- ↑ No momento da composição da Helênica, de Xenofonte, Tisífono, o mais velho, ainda era o governante de Feras; ver Helênica, Livro VI, 4.37
Referências
- ↑ a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, livro XV, 61.2
- ↑ a b Xenofonte, Helênica, livro VI, 4.35
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XV, 61.3
- ↑ Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, livro XV, 61.5
- ↑ Pausânias, Descrição da Grécia, 6.5.2
- ↑ a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, livro XV, 75.1
- ↑ Pausânias, Descrição da Grécia, 6.5.3
- ↑ Diodoro Sículo, Livro XV, 80.5
- ↑ Diodoro Sículo, livro XV, 80.6
- ↑ Diodoro Sículo, livro XV, 95.1
- ↑ Diodoro Sículo, Livro XV, 95.2
- ↑ a b Diodoro Sículo, livro XV, 95.3
- ↑ a b Diodoro Sículo, Biblioteca Histórica, Livro XVI, 14.1
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.3
- ↑ a b Xenofonte, Helênica, Livro VI, 4.36
- ↑ Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.6
- ↑ a b Plutarco, Vidas Paralelas, Vida de Pelópidas, 35.7
- ↑ a b Xenofonte, Helênica, Livro VI, 4.37
- ↑ Diodoro Sículo, Livro XVI, 14.2