Alejandra Mora

Alejandra Mora
Alejandra Mora
Nascimento Alejandra Mora Soto
Cidadania Chile
Alma mater
Ocupação biogeógrafa, geógrafa

Alejandra Mora Soto é uma geógrafa marinha e cientista chilena, criadora do primeiro mapa mundial de florestas submarinas de algas gigantes.

Biografia

Estudou geografia na Universidade do Chile entre 2001 e 2006. Em 2012, concluiu um mestrado em monitoramento, modelação e gestão ambiental no King's College, em Londres.[1] Em seguida, entre 2013 e 2017, lecionou na Universidade Católica de Temuco, na Universidade Academia de Humanismo Cristiano, na Universidade Austral de Chile e na Universidade San Sebastián.[2] Em 2017, iniciou seus estudos de doutoramento na Universidade de Oxford[3] e, em 2021, começou um estágio pós-doutoral na Universidade de Vitória, no Canadá.[1][4]

Trajetória de pesquisa

Em 2016 foi convidada a participar de um projeto de investigação e mapeamento dos lugares visitados por Darwin durante sua viagem no HMS Beagle:[5] ao aprofundar-se nos relatos sobre as florestas de algas gigantes na Terra do Fogo perguntou-se se estas florestas submarinas continuavam existindo.[5] Depois de revisar no Google Earth a presença destas algas, que também tinha visto no passado durante uma estadia em Punta Arenas, decidiu dedicar-se ao mapeamento dessas florestas de algas com o objetivo de antecipar sua evolução futura, no contexto do aquecimento global.[5]

Em 2017, ingressou na Universidade de Oxford para realizar um doutorado neste tema, em cuja tese desenvolveu, com a ajuda de pesquisadores da Universidade Austral, o primeiro mapa mundial de florestas submarinas de algas gigantes, mediante a combinação de sensores remotos via satélite, drones, submarinos não tripulados, uso de Google Earth e mergulhos. Até então, não haviam informações detalhadas sobre a distribuição geográfica dessas florestas, cujos talos podem medir até 60 metros de cumprimento[6] e servir de refúgio, fonte de alimentos e criadouro para numerosas espécies.[5][7][8][7] Este trabalho permitiu calcular que um terço da distribuição mundial de algas gigantes se encontra no Chile.[9] Os mapas desenvolvidos por Mora estão orientados para o sul, com o fim de "enfatizar o caráter oceânico do planeta e sua conectividade com o hemisfério sul".[7][9]

Já em 2022, Mora publicou um estudo que aponta o aumento na frequência das correntes frias no extremo sul do continente sul americano, desde o Golfo de Penas até o Cabo Horn, durante a última década. Estes resultados vão na contramão da tendência mundial de aumento das correntes quentes, e poderiam explicar-se pelo derretimento de material glacial e mudanças no padrão dos ventos.[4][6][10][11][10]

Referências

  1. a b «ORCID». orcid.org. Consultado em 17 de julho de 2022 
  2. Morley, Helen. «Alejandra Mora Soto | Current Graduate Research | International Graduate Schoool | School of Geography and the Environment | University of Oxford». www.geog.ox.ac.uk (em inglês). Consultado em 17 de julho de 2022 
  3. Departamento de Comunicaciones, Extensión y Promoción (11 de julho de 2017). «Docente Alejandra Mora realizará Doctorado en Geografía y Medioambiente de la Universidad de Oxford» (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  4. a b Montes, Carlos (3 de junho de 2022). «"No descrito en la literatura científica": investigadora chilena descubre desconocidas olas frías en el mar de la Patagonia». La Tercera (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  5. a b c d García, Emiliana Pariente y Collage: Tamara (29 de janeiro de 2021). «Geógrafa marina, Alejandra Mora: "En nuestra narrativa sobre lo que es Chile, no le damos mucho espacio al mar"». La Tercera (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  6. a b «O refúgio das algas gigantes». revistapesquisa.fapesp.br. Consultado em 28 de julho de 2023 
  7. a b c Mostrador, El (26 de fevereiro de 2020). «Científica chilena crea el primer mapa de distribución de los bosques submarinos de huiro en el mundo». El Mostrador (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  8. «La geógrafa chilena que creó el primer mapa de un bosque de algas en el mundo». La Tercera (em espanhol). 28 de fevereiro de 2020. Consultado em 17 de julho de 2022 
  9. a b José Miguel Jaque (24 de fevereiro de 2022). «Alejandra Mora, creadora del primer mapa de bosques submarinos: "Chile es una potencia mundial de macroalgas"». Ladera Sur (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  10. a b «Las desconocidas olas frías descubiertas por una científica chilena en el mar de la Patagonia». https://www.facebook.com/RadioDuna (em espanhol). Consultado em 17 de julho de 2022 
  11. Katherine Bucko (6 de maio de 2022). «Giant kelp are struggling, but not in Patagonia». Earth.com (em inglês). Consultado em 17 de julho de 2022