"Alegria, Alegria" é uma canção composta por Caetano Veloso que foi o marco inicial do movimento Tropicalismo em 1967. O single foi lançado (com Remelexo no lado B) em 1967 e também integrou o álbum Caetano Veloso, do mesmo ano.
O nome da música veio, por sua vez, de um bordão que o cantor Wilson Simonal utilizava em seu programa na TV Record, Show em Si... Monal.[1] O cantor carioca aproveitaria para intitular também de Alegria, Alegria seu álbum que saíria em novembro de 1967, assim como os próximos três.[1]
Composição
Caetano Veloso, em parte inspirado pelo sucesso de A Banda, de Chico Buarque, que havia concorrido no festival da Record de 1966, quis compor uma marcha assim como a canção de Chico. Ao mesmo tempo, queria que fosse uma música contemporânea, pop, lidando com elementos da cultura de massa da época.
A letra possui uma estrutura cinematográfica, conforme definiu Décio Pignatari, trata-se de uma "letra-câmera-na-mão", citando o mote do Cinema Novo. Caetano ainda incluíu uma pequena citação do livro As Palavras, de Jean-Paul Sartre: "nada nos bolsos e nada nas mãos", que acabou virando "nada no bolso ou nas mãos". Como a ideia do arranjo incluía guitarras elétricas, Caetano e seu empresário na época, Guilherme Araújo convidaram o grupo argentino radicado em São Paulo Beat Boys.[2] O arranjo foi fortemente influenciado pelo trabalho dos Beatles.
Ela é considerada a 10ª maior canção brasileira de todos os tempos pela revista Rolling Stone Brasil.[3]
Apresentação no Festival da Record
Apresentada pela primeira vez no III Festival da Record, em 1967, a canção chocou os chamados "tradicionalistas" da música popular brasileira devido a simples presença de guitarras.[2] No ambiente político-cultural da época, setores de esquerda classificavam a influência do Rock como alienação cultural, o que também foi sentido por Gilberto Gil quando apresentou Domingo no Parque no mesmo festival.
Apesar da rejeição inicial, a música acabou conquistando a maior parte da platéia. Acabou se tornando uma das favoritas, com as manifestações favoráveis superando as facções mais nacionalistas. A música acabou chegando em quarto lugar na premiação final.
Com o improvável sucesso de Alegria, Alegria, Caetano se tornou de imediato um popstar, febre que só passou após alguns meses, embora a música tenha lançado Caetano para a fama, e sua carreira posterior só confirmado sua popularidade.
Trilha sonora
Referências
Bibliografia
- Bibliografia
- Carlos Calado (1997). Tropicália: a história de uma revolução musical. [S.l.]: Editora 34
- Celso Fernando Favaretto (2000). Tropicália, alegoria, alegria. [S.l.]: Atelie Editorial
Ligações externas
|
---|
|
Álbuns de estúdio | |
---|
Álbuns ao vivo | |
---|
Compactos simples | "Cavaleiro" · " Alegria, Alegria"/"Remelexo" · "Yes, Nós Temos Bananas" · " Baby" (com Gal Costa) · "É Proibido Proibir" · "Atrás do Trio Elétrico" · "Coração Materno" · "Irene" · " Charles Anjo 45" · "Maria Bethânia" · "Cada Macaco no Seu Galho" · "A Volta da Asa Branca" · "Um Frevo Novo" · "Deus e o Diabo" · "Cara a Cara" · "Qualquer Coisa" · "A Filha da Chiquita Bacana" · "Dias, Dias, Dias/Volta" · "Piaba" · "Alegria, Alegria"/" O Leãozinho" · "Amante Amado" · "Hino a N. S. da Purificação" (com Maria Bethânia) · "O Bater do Tambor" · "Massa Real" · "Lua de São Jorge" · "Sim // Não" · " Aquarela do Brasil" (com João Gilberto e Gilberto Gil) · "Um Canto de Afoxé para o Bloco do Ilê"/"Queixa" · "Luz do Sol" · "Pra Valer"/"É Hoje" · "Podres Poderes" · "Milagres do Povo" · "Peço a Deus" · |
---|
Compactos duplos | |
---|
Cinema | |
---|