Porfírio desenvolveu sua leitura por meio de cordéis de Leandro Gomes de Barros, João Martins de Athayde, Luís da Costa Pinheiro e outros. Com a seca de 1942, em plena II Grande Guerra, partiu, com a viola e cantoria, para ganhar a vida. Porém, alistou-se como "soldado da borracha", desistindo pouco antes da partida.[1][2] O navio que levou os demais companheiros foi torpedeado e todos foram mortos. Retornou aos estudos com mais idade, estudando na sala ginasial ao lado da de seu filho mais velho. Mais tarde, tornaria-se professor pela Universidade Federal do Ceará.[1] O poeta popular recebeu das mãos da Condessa Pereira Carneiro, do Jornal do Brasil, menção honrosa especial pelos seus trabalhos como cantor-repentista.[3][4]
Já com saúde debilitada em função de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), Alberto Porfírio faleceu em 23 de setembro de 2009 devido complicações pulmonares de uma silicose[3] causadas pelo constante contato com cimento, material utilizado em suas esculturas.[2] Foi sepultado no cemitério da Parangaba, em Fortaleza. Deixou sete filhos, vinte netos e dez bisnetos.[3]
Obra
Foi autor de inúmeros cordéis[1][3] além de publicar obras como Poetas Populares e Cantadores do Ceará (1977), Os Cem Sonetos, O Livro da Cantoria (1997)[1], além de outras como Porque não aprendi a ler, No tempo da lamparina, Eu gostei mais foi do cão, Cantiga da Dorinha e A estátua de Jorge. Escreveu um livro de sonetos e outro sobre as noites de viola na Casa de Juvenal Galeno. [3]
Viajou pelo Brasil divulgando a arte do repente e da poesia popular. Participou de pelejas, congressos e da fundação da Casa do Poeta Brasileiro em Brasília. Ministrou cursos de cantoria pelo rádio e criou esculturas em diversas partes do Brasil, dentre as quais a do Cego Aderaldo e de Domingos Fonseca. Depois do AVC e já com saúde debilitada, decidiu escrever sua Autobiografia narrando sua vida e sua obra em prosa e versos com lembranças de 1926 até 2006. Impedido de escrever com os próprios punhos, coube a sua filha transcrever para o papel o que era dito por ele. Lançada um ano após sua morte em solenidade na Casa de Juvenal Galeno, a autobiografia contém 350 páginas.[2]
Esculturas de sua autoria encontram-se espalhadas por vários estados do Brasil.