Adriana Brandão Behar (Rio de Janeiro, 14 de fevereiro de 1969) é uma ex-voleibolista brasileira que destacou-se como jogadora brasileira de voleibol de praia, sobretudo por sua longa parceria vitoriosa com Shelda Bedê, com quem conquistou centenas de medalhas e títulos.
Vida
Adriana tem origem judaico-libanesa e nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 14 de fevereiro de 1969.[1] Na infância, sonhava em tornar-se patinadora artística e aos 10 anos entrou no mundo do esporte no Flamengo. Aos 16 anos, migrou ao voleibol de quadra,[2] jogando profissionalmente na Itália por três temporadas antes de se dedicar ao vôlei de praia.[1] De volta ao Brasil em 1992, sua transição ao vôlei de praia ocorreu em 1993.[3] Formar-se-ia em educação física, mas não exerceria a profissão em decorrência de sua decisão de mudar ao vôlei de praia.[4] Nos primeiros anos de sua carreira na modalidade, fez parceria com Margareth, Ana Richa (Circuito Brasileiro de 1993[4]) e Magda (12 provas, entre 1993-1995[4]) até que, em 11 de outubro de 1995,[1] por sugestão da técnica Letícia Pessoa, concordou em formar par com a cearense Shelda Bedê.[2][3] A dupla tornar-se-ia uma das duplas femininas de vôlei mais vitoriosas do Brasil, com mais de mil vitórias e 114 títulos conquistados.[5] O primeiro título da dupla foi conquistado em 1996, quando venceram o Circuito Brasileiro e conquistariam várias posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto do Rio de Janeiro, Maceió, Recife, Espinho, Ostende e Salvador e ouro no Aberto de Carolina e Jacarta).[6] Em 1997, seriam bicampeãs do Circuito Brasileiro,[2] venceriam novas posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Osaca, prata no Aberto de Melbourne, Pescara e Espinho e ouro no Aberto de Marselha e Salvador).[7] e conquistariam o bronze no Campeonato Mundial sediado em Los Angeles, Estados Unidos.[8]
Em 1998, a dupla disputou o Circuito Brasileiro, conquistando a medalha de prata; os Jogos da Boa Vontade (Goodwill Games) sediados em Nova Iorque, conquistando ouro;[9] e obtiveram novas posições no Circuito Mundial (prata no Aberto de Toronto e Marselha e ouro no Aberto do Rio de Janeiro, Vasto, Nova Iorque, Osaca, Dalian e Salvador).[10] No ano seguinte, ingressariam Projeto Olímpico do Vasco, através do qual jogaram tuteladas pelo Club de Regatas Vasco da Gama.[11] Nesse mesmo ano, seriam tricampeãs no Circuito Brasileiro,[2] obteriam novas posições no Circuito Mundial (prata no Aberto de Toronto e ouro no Aberto de Acapulco, Marselha, Osaca, Dalian e Salvador)[12] e conquistariam ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, Canadá, e no Campeonato Mundial de Marselha, na França.[13] Em 2000, foram tetracampeãs no Circuito Brasileiro,[2] obtiveram boa posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Cálhari, prata no Aberto de Chicago, Marselha e Sidnei e ouro no Aberto de Osaca, Gstaad, Toronto e Rosarito)[14] e a medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Verão em Sidnei, na Austrália.[13]
Em 2001, Adriana e Shelda tornar-se-iam pentacampeãs no Circuito Brasileiro,[2] conquistariam mais posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Cálhari, prata no Aberto Macau, Marselha, Espinho e Brisbane e ouro no Aberto de Gstaad, Grã-Canária, Klagenfurt, Osaca, Maoming, Honcongue e Fortaleza),[15] seriam bicampeãs no Campeonato Mundial[16][17] e obteriam prata nos Jogos da Boa Vontade de Brisbane, Austrália.[18] Em 2002, obtiveram novas posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Stavanger, prata no Aberto de Gstaad, Montreal e Klagenfurt e ouro no Aberto de Osaca e Maiorca)[19] e seriam pentacampeãs no Circuito Brasileiro.[2] Em 2003, obtiveram posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Gstaad, Berlim, Stavanger, Marselha, Klagenfurt e prata no Aberto de Rodes, Osaca, Milão e Rio de Janeiro), foram hexacampeãs no Circuito Brasileiro[2] e medalhistas de prata no Campeonato Mundial sediado no Rio de Janeiro.[20] Em 2004, conquistaram mais posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Rodes e Xangai, prata no Aberto de Fortaleza, Gstaad, Klagenfurt, Atenas e Rio de Janeiro e ouro no Aberto de Osaca, Berlim e Milão),[21] foram heptacampeãs no Circuito Brasileiro[2] e medalhistas de prata nos Jogos Olímpicos de Verão em Atenas, na Grécia.[13] Em 2005, conquistaram posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Osaca, Gstaad, Montreal e Atenas e prata no Aberto de Xangai e Bali)[22] e foram medalhistas de prata no Circuito Brasileiro.[23] Em 2006, também obtiveram posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de São Petersburgo e prata no Aberto de Stavanger e Marselha),[24] mas foram obrigadas a abandonar a competição após a 11.ª etapa, pois no Aberto de Montreal Shelda caiu de mau jeito e rompeu o ligamento colateral medial do cotovelo direito, precisando permanecer fora das partidas pelo restante do ano. Adriana continuaria a competir ao longo do ano no Circuito Brasileiro ao lado de Tatiana Minello, campeã nos Jogos da Boa Vontade de 2001.[25]
Em 2006, em dupla com Shelda, Adriana figurou no Guiness Book of Records como a jogadora de mais títulos conquistados no Circuito Mundial, um total de seis.[26] Em 2007, novamente acompanhada por Shelda, obteve posições no Circuito Mundial (bronze no Aberto de Montreal e prata no Aberto de Varsóvia).[27] Adriana aposentou-se do vôlei em 2008 e engajou-se no projeto Embaixadores do Esporte do Banco do Brasil junto com outros ex-jogadores do voleibol de quadra e passou a dar palestras, participar de feiras e realizar ações sociais ligadas a este projeto.[5] Em 2009, integrou a delegação da primeira edição dos Jogos Sul-Americanos de Praia.[13] Em 2010, junto com Shelda, entrou para o Volleyball Hall of Fame, a primeira vez que uma dupla recebeu uma nomeação conjunta para esta honraria internacional.[28] No mesmo ano, atuou como chefe de elenco nos Jogos Olímpicos de Verão da Juventude sediados em Cingapura.[13] Em 2012, tornou-se a única representante do Brasil na Comissão de Mulheres do Comitê Olímpico Internacional.[29] Hoje é a presidente da Comissão Mulher no Esporte do Comitê Olímpico Brasileiro.[30] É uma das 100 Mulheres da lista da BBC de 2017[31] e é a única atleta brasileira a fazer parte do International Jewish Sports Hall of Fame,[1] ao lado de nomes do esporte como o nadador multicampeão olímpico norte-americano Mark Spitz[32] e o ex-piloto de Fórmula 1 Jody Scheckter.[33] No Circuito Brasileiro, foi homenageada como melhor bloqueadora (1998–2000) e melhor atacante (1999).[4]
Principais resultados
Referências
Ligações externas
- «Perfil no Sitio da FIVB» 🔗 (em inglês)