O Ader Éole (também conhecido como Avion) foi o resultado da tentativa de Clément Ader de criar um avião entre 1886 e 1890,[1] e batizado em homenagem ao "senhor dos ventos", Éolo.[2]
Projeto e desenvolvimento
Diferente das muitas "máquinas voadoras" da época, o Éole não tentava levantar voo usando o movimento de "bater asas", em vez disso, se baseava na sustentação gerada pelas suas asas quando se movia para a frente. Com as asas lembrando uma cópia mecânica das asas de um morcego, o seu motor a vapor era um desenho inusitado e leve impulsionando uma hélice na frente da aeronave, mas não possuía nenhum controle para manter a direção do voo.[2]
Em 8 de Outubro de 1890, a máquina efetuou um voo curto de cerca de 50 m no Chateau d'Armainvilliers em Brie. Ele se elevou a apenas 20 cm. A relação peso-potência muito ineficiente do motor a vapor e condições climáticas desfavoráveis provavelmente contribuíram para a baixa altura de voo conseguida.[3] Mais tarde, Ader afirmou ter voado o Éole novamente em Setembro de 1891, dessa vez a uma distância de 100 m, mas essa afirmação não foi comprovada.
Alguns consideram o Éole como tendo sido o primeiro avião real, visto que ele levantava voo pelos seus próprios meios levando uma pessoa por uma curta distância, e que o evento de 8 de Outubro de 1890 foi, de fato, o primeiro voo bem sucedido. No entanto, a falta de controles direcionais, e o fato de que a propulsão a vapor se mostrou inviável, pesaram contra essa revindicação. Os partidários de Ader questionaram o fato de que as primeiras aeronaves dos Wright necessitavam de meios externos para decolar: inicialmente trilhos em declive contra ventos fortes e mais tarde uma catapulta.[2]
Tentativas modernas de recriar e avaliar a aeronave tiveram resultados diversos. Uma réplica em tamanho real construída em 1990 na École Centrale Paris, caiu em seu primeiro voo machucando o piloto, o que levou ao encerramento dos testes. Modelos em escala no entanto, foram voados com sucesso.[2]