O acoplamento dipolar residual (residual dipolar coupling (RDC), em inglês) entre dois spins numa molécula ocorre se as moléculas em solução exibem um alinhamento parcial que conduz a uma média incompleta dos acoplamentos dipolares anisótropos espaciais.
O alinhamento molecular parcial conduz a uma média incompleta das interações magnéticas anisótropas tais como a interação magnética dipolo-dipolo (também chamada acoplamento dipolar), o deslocamento químico anisótropo, ou a interação eléctrica de quadripolos. As interações magnéticas anisótropas residuais estão a tornar-se cada vez mais importantes em espectroscopia RMN biomolecular.[1]
História e trabalhos pioneiros
A espectroscopia mediante RMN num meio parcialmente orientado foi descoberta em 1963,[2] e um ano mais tarde Saupe num trabalho, apresentou a teoria essencial que descreve e dá uma explicação aos fenómenos que se observam.[3] Depois deste começo publicaram-se numerosos trabalhos informando sobre espectros de RMN em diversas fases líquidas cristalinas (ver e.g.[4][5][6][7]).
Outra técnica para casos de alinhamento parcial que não está limitada por uma anisotropia mínima é o alinhamento induzido por deformação num gel (SAG- "Strain Induced Alingnment"), que se baseia em trabalhos pioneros de Deloche e Samulski.[8] A técnica foi amplamente utilizada para estudar as propriedades de géis de polímeros por meio de RMN de alta resolução de deutério,[9] mas só recentemente se usou alinhamento em gel para induciz RDC em moléculas dissolvidas no gel.[10][11] O SAG permite um escalamento sem restrições de alinhamento sobre uma ampla classe e pode ser usado para solventes aquosos como também orgânicos, segundo qual seja o polímero utilizado. Um exemplo em solventes orgânicos, são as medições de RDC em géis depolistireno estendido embebidos em CDCl3 que é u método de alinhamento muito promissório.[12]
Em 1995, James H. Prestegard e colaboradores demonstraram que o espectro RMN de certas proteínas (neste caso cianometmioglobina, que tinha uma muito elevada susceptibilidade anisótropa paramagnética), medida num campo muito intenso, poderia conter informação útil para complementar a NOE na determinação de um enrolamento terciário.[13]