Carreira militar, política, escotista e profissional
Foi um oficial da Marinha Portuguesa, tendo atingido a patente de comandante,[1] e recebido vários louvores pelas suas acções como oficial.[2]
Em 1910, foi nomeado como governador interino da Província de Macau.[1][2] A fundação do primeiro grupo de escoteiros em território português ocorreu em Macau, em 1911, por iniciativa do então Tenente Álvaro de Melo Machado, governador do território. O seu conhecimento da existência do Escotismo e do seu potencial, adveio da proximidade de Hong-Kong, onde já havia também grupos de escoteiros. É o próprio Governador de Macau quem afirma, "- Como eu era governador de Macau, protegia muito os rapazes. Pessoa que ali caía eu dizia-lhe logo: - Você tem de me ajudar nos Escoteiros! – Arranjei-lhes material e barracas e outras coisas". Com a colaboração da filha do comissário da alfândega chinesa, foram constituídas duas Patrulhas de Escoteiras e duas de Escoteiros, surgindo assim o primeiro Grupo de Escoteiros Portugueses, devidamente uniformizados e organizados.
Regressado a Lisboa em 1912, Álvaro de Melo Machado empenha-se na formação de um grupo de escoteiros na capital, que viria a ser o 2º Grupo da Associação dos Escoteiros de Portugal (AEP), pois entretanto na ACM surgira também um Grupo de Escoteiros, o que viria a ser o 1º Grupo da AEP.
Demitiu-se da posição de governador interino em 22 de Março de 1913.[1][2] Nesse ano fundou, em Lisboa, a Associação dos Escoteiros de Portugal, a mais antiga associação juvenil portuguesa activa, da qual foi o primeiro Escoteiro-chefe-geral.
Em 17 de Maio de 1933, foi nomeado por uma portaria para formar a Comissão de Defesa do Porto do Lobito.[1] Em 1936, foi eleito para o posto de secretário geral da Direcção da Sociedade de Geografia de Lisboa.[4]
Em 31 de Outubro de 1954, abandonou a posição de administrador delegado da Companhia do Caminho de Ferro de Benguela, a seu pedido.[3] Nessa altura, foi louvado pelo presidente do Conselho de Administração, Alexandre Pinto Basto, que afirmou: Durante quase trinta anos, o sr. Comandante Álvaro de Melo Machado serviu a Companhia com ilimitada dedicação, lúcida inteligência e inquebrantável energia, mostrando-se em todas as circunstâncias e através de todas as vicissitudes o homem verdadeiramente à altura das suas grandes responsabilidades.[3]
Em 19 de Novembro de 1949 presidiu aos trabalhos da Sessão Inaugural da Fraternal dos Antigos Escoteiros, actualmente denominada Fraternal Escotista de Portugal. Em 1955, passou a fazer parte do Conselho Directivo da Gazeta dos Caminhos de Ferro.[1]
Homenagens
Foi agraciado, a 2 de Maio de 1919, com o grau de Cavaleiro,[2] e, a 19 de Outubro do ano seguinte, de Comendador da Ordem Militar de Avis; em 1926, é autorizado a aceitar o grau de Cavaleiro da Academia Francesa, que lhe foi atribuído pelo Governo Francês, e, a 17 de Novembro de 1938, foi distinguido com o grau de Grande-Oficial da Ordem Militar de Cristo.[1][5]